16.9.09

Museu de Arte Contemporânea









MUSEU DE ARTE CONTEMPORÂNEA

Fica em Boa Viagem. Disco voador
ele não é, pois não pousou na pedra
mas se ergue sobre ela; nem alça vôo:
à orla de cidades e florestas
suspende-se no ar feito pergunta
e o que tem dentro mergulha e se banha
no mundo em volta e o mundo em volta o inunda:
é o museu fora de si, de atalaia
à curva do abismo, à altura das musas,
sobre o mar, sobre a pedra sobre o mar,
e sobre o espelho d'água em que se apura
sobre essa pedra um mar a flutuar,
um céu na terra, quase nada, um aire,
a flor de concreto do Niemeyer.



CICERO, Antonio. A cidade e os livros. Rio de Janeiro: Record, 2002;

Vila Nova de Famalicão: Quasi, 2006.

23 comentários:

paulinho (paulo sabino) disse...

este poema é lindo!

sempre que vejo o museu da baía me lembro dos versos, tão representativos do que nos toma ao avistá-lo, pergunta suspensa no ar (afinal, como pode assentado àquela maneira, na pedra? que sustento? que mágica para a sua suspensão àquele modo?) , pousado sobre a pedra sobre o mar, à altura das musas, defronte à guanabara.

adorei a leitura, linda, ótima! suas pausas e entonação esclarecem muito do que se lê.

beijo, fofura!

Climacus disse...

Cícero, a pergunta é uma memória fora de mim, como um canto ao longe? Abraço.

ADRIANO NUNES disse...

Cicero,



SUPERDEMAIS! LINDO,LINDO,LINDO, meu amigo!


Grande abraço,
Adriano Nunes.

Arthur Nogueira disse...

Querido poeta,

Paulinho, como sempre, tem razão. Impossível avistar o museu e não lembrar deste belo poema. Falta ar para explicar o que ele me desperta.

Beijo grande.

ADRIANO NUNES disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Jefferson Bessa disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Ricardo Valente disse...

Coisa bonita essa forma de expressar a "coisa viva", o sentido... Tua voz foi feita para declamar. Talhada na poesia.

(Me conta como é que coloca o som no blogue? eu sempre tenho que fazer upload do divshare!)

Abraço, Cícero

ANALUKAMINSKI PINTURAS disse...

Ótimo poema, provocatico, alado, airado, palpitante!

Antonio Cicero disse...

Ricardo,

A primeira coisa é gravar o poema num formato comum, como .wav. Depois é preciso publicar a gravação. Vá, por exemplo, ao UOL Mais. O endereço é: https://acesso.uol.com.br/login.html?skin=uolmais&dest=REDIR|http://mais.uol.com.br/myPage.html%3Ftypes%3DA%26index.currentPage%3D1%26show%3Dmostrecent. Registre-se lá. Uma vez registrado, escolha "PUBLICAR". Você vai ser então instruído para localizar no seu computador o arquivo que você gravou. Siga as instruções. O arquivo será publicado no UOL. Quando o arquivo estiver publicado no UOL Mais, faça-o tocar. Você vai ver então, embaixo do console, uma caixa entitulada "código embed". Copie esse código e cole-o no lugar onde normalmente você cola os seus posts.

Abraço

Mariano disse...

Caro A. Cicero,
Reitero o privilégio de ouvir poesia viva na viva voz do poeta vivo.
Abraço.

Anônimo disse...

Antonio,

Por favor não publique a mensagem anterior devido a alguns erros. Muito grata!


Seu poema é Sublime! Arte Contemporânea ecoando a Verdadeira Poesia!


Um poema:

"Solaris" - Para Nydia Bonetti



eis a rosa
ultrarrosa
violeta
na proveta


a descubra
infrarrubra
amarela
na aquarela


aproveite-a
vítrea, plante-a
na odisséia
dessa idéia


móvel, sol-
vendo o sol,
flor vermelha
da centelha


diagnóstica,
semiótica
dessa gama
de quem ama,


quase foto
quando a noto,
quando tala,
quase fala,


entreolha a
frágil folha,
o poema,
quase algema.


Beijos,
Cecile.

Anônimo disse...

Como nascido e vivido em Niterói, minha primeira reação, em minha adolescência, foi, como já disse, uma reação: o MAC pousava sobre um ponto de encontro da boemia niteroirense, e, quando ainda em desenho, apelidamos o projeto, então, de disco-voador, algo completamente alienígena à vida que desfrutávamos. Foi lento, mas, por fim, dei-me por vencido: passei a gostar do ET. Tomei um susto quando li seu poema pela primeira vez, tomei um susto e suspeitei que você soubesse desse apelido um tanto provinciano, um tanto nostálgico com que certos niteroienses, sobretudo boêmios e adolescentes como eu, processamos nossa resistência.
Um outro dado: certo amigo, que também comenta aqui em seu blog, Roberto Bozzetti, escreveu um belo poema sobre o arquiteto de esboços, que sairá em seu próximo livro, que julgo imperdíveis, tanto o livro quanto o poema especificamente. A idéia é justamente esta: Niemeyer é um arquiteto de esboços... Diga-se de passagem, bozzetti, salvo engano, significa esboço em italiano... uma idéia perseguida por todo seu livro.
Enfim, Cicero, acho que escrevi só pelo prazer de ter lido e, dessa vez, ouvido um poema de que gosto tanto...
Abraços e saudades.
Marcelo Diniz

Fernando Campanella disse...

Boa tarde, Cícero, nada como o própro poeta lendo seus versos: o ritmo, as pausas, a ênfase em certas palavras-chave para o mágico fluir de um poema. Muito bonito. Grande abraço.

Antonio Cicero disse...

Querido Marcelo,

que bom ter você de volta!
Da primeira vez que fui ao MAC, logo ao dizer ao motorista do taxi aonde queria ir, ele exclamou: "Ah! O disco voador". Ri muito. Não é, portanto, casual a menção ao disco voador, logo no primeiro verso do poema.

Aguardo o livro do Bozzetti.

Grande abraço

Antonio Cicero disse...

Agradeço as palavras de Paulinho, André Gide, Adriano Nunes, Arthur Nogueira, Jefferson Bessa, Ricardo Valente, Analuka, Mariano, Cecile Petrovisk, Marcelo Diniz e Fernando Campanella.

Fabiano Silmes disse...

Sempre quando passo em frente dele(o Museu) parece que estou a um passo de algo fora do tempo e do espaço...Algo que surpreende por sua forma exata e desprendida como uma flor de concreto entre a cidade e mar.

Um grande abraço.
www.vortexproject.blogspot.com

ADRIANO NUNES disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Jose Ramon Santana Vazquez disse...

Desde mis BLOGS:

--- HORAS ROTAS ---

y

--- AULA DE PAZ ----

quiero presentarme

en esta nueva apertura

del eminente otoño.

Tiempo que aprovecho

ahora para desear

un feliz reingreso en

la actividad diaria.

Así como INVITAROS

a mis BLOGS:

--- HORAS ROTAS ---

y

--- AULA DE PAZ ----

con el deseo de que

estos sean del agrado

personal.

Momentos para compartir

con un fuerte abrazo de

emociones, imaginación y

paz. Abiertos a la comunicación

siempre.


afectuosamente :
ANTONIO CICERO







jose

ramon…

Anônimo disse...

Antonio,



Um poema recente:


***Miragem***


A miragem:
Ira à margem


Do que é ser
Sem o ser


Mera imagem
Da paisagem


Outro oásis
Ou Kavafis?


Vã viagem
Da Linguagem.



Beijos,
Cecile.

Daniel Féres disse...

bacana bicho!!!!

Daniel Féres disse...

belissimo!!!!

comentar seus poemas é covradia!!!!!

abrçõens,

daniel

Robson Ribeiro disse...

Belíssimo!

Grande Abraço!

Lupo Lobato disse...

lindo!