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Velho Tema
I
Só a leve esperança em toda a vida
Disfarça a pena de viver, mais nada;
Nem é mais a existência, resumida,
Que uma grande esperança malograda.
O eterno sonho da alma desterrada,
Sonho que a traz ansiosa e embevecida,
É uma hora feliz, sempre adiada
E que não chega nunca em toda a vida.
Essa felicidade que supomos,
Árvore milagrosa que sonhamos
Toda arreada de dourados pomos,
Existe, sim: mas nós não a alcançamos
Porque está sempre apenas onde a pomos
E nunca a pomos onde nós estamos.
De: CARVALHO, Vincente de. In: BANDEIRA, Manuel (org.). Antologia dos poetas brasileiros da fase parnasiana. Rio de Janeiro: Ministério da Educação e da Saúde, 1938.
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6.1.09
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