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Lira quebrada
[...]
Uma febre, um ardor nunca apagado,
Um querer sem motivo, um tédio à vida
Sem motivo também,—caprichos loucos,
Anelo d'outro mundo, d'outras coisas;
Desejar coisas vãs, viver de sonhos,
Correr após um bem logo esquecido,
Sentir amor e só topar frieza,
Cismar venturas e encontrar só dores;
Fizeram-me o que vês : não canto,
sofro! Lira quebrada, coração sem forças
De poético manto as vou cobrindo,
Por disfarçar desta arte o mal que passo.
[...]
De: DIAS, Gonçalves. "Lira quebrada". Últimos cantos. Rio de Janeiro: Typographia de F. de Paula Brito, 1851.
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17.7.09
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