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30.12.12

José Martí: "Si ves un monte de espumas" / "Se vês um monte de espumas": trad. Antonio Cicero








Si ves un monte de espumas,
Es mi verso lo que ves,
Mi verso es un monte, y es
Un abanico de plumas.

Mi verso es como un puñal
Que por el puño echa flor:
Mi verso es un surtidor
Que da un agua de coral.

Mi verso es de un verde claro
Y de un carmín encendido:
Mi verso es un ciervo herido
Que busca en el monte amparo.

Mi verso al valiente agrada:
Mi verso, breve y sincero,
Es del vigor del acero
Con que se funde la espada.




Se vês um monte de espumas,
É o meu verso que vês
Ele é um monte ou talvez
Um leque feito de plumas

Meu verso é como um punhal
Que pelo punho põe flor;
Meu verso é um provedor
De uma água de coral.

Meu verso é de um verde claro
E de um carmim acendido;
Meu verso é um cervo ferido
Que busca no monte amparo.

Meu verso ao valente agrada:
Meu verso, breve e sincero,
É do vigor do aço fero
Com que se funde a espada.



MARTÍ, José. "Si ves un monte de espumas". In: OCA, Francisco Montes de. Ocho siglos de poesía en lengua española. Mexico: Porroa, 1974.

26.1.10

José Martí: "Dos patrias" / "Duas pátrias": traduzido por Olga Savary




Dos patrias

Dos patrias tengo yo: Cuba y la noche.
¿O son una las dos? No bien retira
su majestad el sol, con largos velos
y un clavel en la mano, silenciosa
Cuba cual viuda triste me aparece.
¡Yo sé cuál es ese clavel sangriento
que en la mano le tiembla! Está vacío
mi pecho, destrozado está y vacío
en donde estaba el corazón. Ya es hora
de empezar a morir. La noche es buena
para decir adiós. La luz estorba
y la palabra humana. El universo
habla mejor que el hombre.
                                        Cual bandera
que invita a batallar, la llama roja
de la vela flamea. Las ventanas
abro, ya estrecho en mí. Muda, rompiendo
las hojas del clavel, como una nube
que enturbia el cielo, Cuba, viuda, pasa...



Duas pátrias

Duas pátrias eu tenho: Cuba e a noite.
Ou as duas são uma? Nem bem retira
sua majestade o sol, com grandes véus
e um cravo à mão, silenciosa
Cuba qual viúva triste me aparece.
Eu sei qual é esse cravo sangrento
que na mão lhe estremece! Está vazio
meu peito, destruído está e vazio
onde estava o coração. Já é hora
de começar a morrer. A noite é boa
para dizer adeus. A luz estorva
e a palavra humana. O universo
fala melhor que o homem.
                                        Qual bandeira
que convida a batalhar, a chama rubra
das velas flameja. As janelas
abro, já encolhido em mim. Muda, rompendo
as folhas do cravo, como uma nuvem
que obscurece o céu, Cuba, viúva, passa. . .



MARTÍ, José. Poesia completa. Madrid: Alianza Editorial, 2001.

tradução:

SAVARY, Olga. In: PAZ, Octavio. Os filhos do barro. trad. de Olga Savary. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1974.