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22.10.20

MARCIAL: Epigrama 1. 46

 



1. 46


Se você exclama, Edilo: “Vou gozar – 

Depressa!” – o meu tição se esfria, apaga.

Prolongue o ato que eu irei mais rápido.

Pra ir depressa, diga: “Devagar”.





MARCIAL. Epigrama 1. 46. In: PIGNATARI, Décio (org. e trad.).  31 poemas do Rigveda e Safo a Apollinaire. Campinas: UNICAMP, 2007.





I. XLVI


Cum dicis 'Propero, fac si facis,' Hedyle, languet      

Protinus et cessat debilitata Venus.  

Expectare iube: velocius ibo retentus.      

Hedyle, si properas, dic mihi, ne properem.  





MARTIALIS, Marcus Valerius. Epigramma XLVI. In:_____. Epigrammata. In: PHI Workplace 10.00. Silver Mountain Software, 2004.

10.8.20

Marcial: Epigrama 1.24




Epigrama 1.24

Veja, Deciano, aquele homem despenteado,
Cenho cerrado, que até incute medo,
E que só fala dos varões de antigamente:
Casou-se ontem, acredite: ele era a noiva.




MARCIAL. Epigrama 24. In: PIGNATARI, Décio. 31 poetas 214 poemas: do Rigveda e Safo a Apollinaire. 2ª Ed. Campinas: Unicamp, 2007.






Epigramma I.XXIV 

Aspicis incomptis illum, Deciane, capillis,     
Cuius et ipse times triste supercilium, 
Qui loquitur Curios adsertoresque Camillos?     
Nolito fronti credere: nupsit heri. 




MARTIALIS, M. Val. Epigramma XXIV. In:_____. Epigrammata. Org. por W.M. Lindsay. Oxford: Oxford U. Press, 1922.











1.11.17

Poetas-Santos de Xiva: "Acalanto do céu": Trad. de Décio Pignatari



Acalanto do céu
O vento dorme

O infinito dá de mamar
O espaço cochila

O céu silencia
A cantiga se acaba

O Senhor é
como se não fosse.



Poetas-Santos de Xiva. “Acalanto do céu”. In:_____. Pignatari, Décio (org. e tradutor). 31 poetas 214 poemas: do Rigveda e Safo a Apollinaire. Campinas, 2007.

28.2.14

Íbico: "Eros, de novo, sob pálpebras sombrias" / trad. Décio Pignatari





Eros, de novo, sob pálpebras sombrias,
Lança-me olhares molhados
De manhas mil,
E me enreda nas malhas cerradas
Da deusa da beleza.
À sua aproximação,
Tremo
Como um cavalo atrelado,
Antes pronto a vencer,
Agora hesitante
Ante carros mais rápidos.




ÍBICO. In: PIGNATARI, Décio. 31 poetas 214 poemas. De Rigveda e Safo a Apollinaire. Uma antologia pessoal de poemas traduzidos, com notas e comentários. Campinas: Unicamp, 2007.

16.2.14

Marina Tsvietáieva: "Você me amava" / trad. por Décio Pignatari





Você me amava

Você me amava: as honestas mentiras
pareciam na verdade ter raiz.
Maior que o tempo, que imenso, imensís-
simo (eu cria) um tal amor que aspiras-

se ser tão grande quanto o meu ardor!
Então, sem mais, a mão abana, o amor
se vai, respiro mal, mal digo a mim:
— Eis a verdade do início e do fim.




TSVIETÁIEVA, Marina. "Você me amava". In: PIGNATARI, Décio. Marina Tsietáieva. Tradução/prefácios. Curitiba: Travessa dos Editores, 2005.

20.7.11

Décio Pignatari: "Interessere"




Interessere

Na vida interessa o que não é vida
Na morte interessa o que não é morte
Na arte interessa o que não é arte
Na ciência interessa o que não é ciência
Na prosa interessa o que não é prosa
Na poesia interessa o que não é poesia
Na pedra interessa o que não é pedra
No corpo interessa o que não é corpo
Na alma interessa o que não é alma
Na história interessa o que não é história
Na natureza interessa o que não é natureza
No sexo interessa o que não é sexo
(: o amor que, de resto, pode ser abominável)
No homem interessa o que não é homem
Na mulher interessa o que não é mulher
No animal interessa o que não é animal
Na arquitetura interessa o que não é arquitetura
Na flor interessa o que não é flor
Em Joyce interessa o que não é Joyce
No concretismo interessa o que não é concretismo
No paradigma interessa o que não é paradigma
No sintagma interessa o que não é sintagma
Em tudo interessa o que não é tudo
No signo interessa o que não é signo
Em nada interessa o que não é nada.



PIGNATARI, Décio. "Interessere". Disp. no site 7ª Bienal do Mercosul, 2009, no URL http://www.bienalmercosul.art.br/7bienalmercosul/es/decio-pignatari. Acessado em 20/07/2011.

29.10.10

Entrevista à Sibila

Está no ar a entrevista "A poesia não nasce das regras", que dei aos poetas Luis Dolhnikoff e Régis Bonvicino, da revista Sibila. O endereço é: http://www.sibila.com.br/index.php/critica/1338-a-poesia-nao-nasce-das-regras.