1.11.17
Poetas-Santos de Xiva: "Acalanto do céu": Trad. de Décio Pignatari
Acalanto do céu
O vento dorme
O infinito dá de mamar
O espaço cochila
O céu silencia
A cantiga se acaba
O Senhor é
como se não fosse.
Poetas-Santos de Xiva. “Acalanto do céu”. In:_____. Pignatari, Décio (org. e tradutor). 31 poetas 214 poemas: do Rigveda e Safo a Apollinaire. Campinas, 2007.
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4 comentários:
Bom dia. Meu nome é Fábio Batista da Silva, sou estudante de letras da UFRRJ. Gostaria primeiramente de parabeniza-lo por sua grande contribuição na nossa formação. E gostaria de pedir,se não for abuso de minha parte,que o senhor avalie um pequeno texto que escrevi.
A grade
Olho pelas grades da janela,
Que se igualam as grades de uma cela.
Vejo a vida passar singela
E gastar - se como vela.
Neste momento me pergunto;
Ela ainda tem chance de ser bela?
Sim,tem chance de ser bela.
Desde que as grades da cela
Se igualem as grades da janela.
Nos deixando alimentar a chama da vela,
Com a sutileza do viver desta vida singela.
Bela cela,
Singela janela.
Chamam de vida,a apagada chama da vela.
Caro Fábio,
Seu poema é interessante. Você tem jeito.
Dou-lhe alguns conselhos:
1) Cuidado com a ortografia. O “as” do segundo verso deveria ser “às”.
2) Para dizer a verdade, a primeira estrofe, que termina com uma pergunta, já constitui um poema interessante. A segunda estrofe, que pretende ser uma resposta à pergunta, não consegue, a meu ver, realizar essa tarefa. E a terceira ainda confunde mais as coisas.
3) Um bom exercício, que recomendo a você, é fazer poemas compostos de versos que tenham a mesma métrica.
Abraço
Se no acalento do céu, o vento dorme,
Invariavelmente leva ao sonho
Desse poema belo que suponho
Ter o tamanho do sonho e conforme.
Assim, a ilusão fica disforme
Ao meu sentido que analiso e o ponho
No rol do anonimato, por medonho
Medo que tenho da ilusão enorme.
Ao recobrir-me em diáfano véu
Sonho o antigo sonho junto ao céu,
Meu céu interior que o cultivo
Como o esplendor a iluminar ao léu
Este confesso e reincidente réu
Que no amor procura o lenitivo.
Lindo poema! Parabéns! Grande abraço. Laerte.
Muito obrigado por seus concelhos. É uma honra poder agregar um pouco mais de conhecimento vindo do senhor.
Abraço
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