Um poema do belíssimo livro Em Ítaca, de Alex Varella:
Escrevia com lápis e borracha
Em folhas
Do caderno de caligrafia.
Com tijolo, telha e carvão
Abrindo sulco na terra,
No chão,
No muro e na calçada.
Com canivete na mão, no tronco das árvores.
Até que um dia descobri
Que a mesma folha em que escrevia
Era e vinha
Das plantas e das árvores.
Foi desde então que resolvi
(e inda hoje quero assim)
Que só devo escrever mesmo em folhas [verdadeiras,
As originais.
VARELLA, Alex. Em Ítaca. Ilha de Santa Catarina: Noa Noa, 1985.
9.5.07
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3 comentários:
Belo poema de duplo sentimento, não sei, como se um arco se formasse ao longo da descoberta para dar na folha certa..., tendo em sua duas pontas, folha e folha de uma outra espécie cada uma, todas feitas de e para um mesmo fim(...). Algo assim. Não sei.
Mas gostei!
Abraço!
Um belíssimo poema mesmo,mas acho que a primeira folha que a poesia se desenha é no coração,pra depois tendo sido formada,ser exposta.
lindíssimo, cicero!
eu também, hoje, só quero e desejo escrever as minhas linhas e rimas em folhas originais, verdadeiras, próprias para.
sempre muito bom vir aqui e descobrir os textos, tirar-lhes o véu.
beijo, riqueza!
conto com vc na jornada!
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