.
XXVII
Só a Natureza é divina, e ela não é divina...
Se falo dela como de um ente
É que para falar dela preciso usar da linguagem dos homens
Que dá personalidade às cousas,
E impõe nome às cousas.
Mas as cousas não têm nome nem personalidade:
Existem, e o céu é grande e a terra larga,
E o nosso coração do tamanho de um punho fechado...
Bendito seja eu por tudo quanto sei.
Gozo tudo isso como quem sabe que há o Sol.
De: PESSOA, Fernando. "Ficçoes de interlúdio: Poemas completos de Alberto Caeiro". In: Obra poética. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1986.
22.11.08
Fernando Pessoa / Alberto Caeiro: "Só a natureza é divina, e ela não é divina..."
Labels:
Alberto Caeiro,
Fernando Pessoa,
Poema
Assinar:
Postar comentários (Atom)
7 comentários:
Hum... delícia de intimidade com as palavras... Cai bem para uma tarde de pingos... Divina graciosidade em desfazer conceitos pelo que de fato lhe existia... Fernando...
AMADO CICERO,
IDENTIFICO-ME MUITO COM PESSOA. TALVEZ MAIS DO QUE A MIM MESMO. E SEMPRE É GRATIFICANTE VÊ-LO AQUI, NO ACONTECIMENTOS, PORQUE ME INSTIGA A ESCREVER, A PENSAR...
ABRAÇO FORTE!
ADRIANO NUNES, MACEIÓ/AL.
AMADO POETA,
PARA OS NOSSOS AMIGOS: POSTEI HOJE EM MEU BLOG!
Sábado, 22 de Novembro de 2008
ADRIANO NUNES: "Como Se Fosse Mágica"
"COMO SE FOSSE MÁGICA" (PARA PAULINHO - "pois é, o poema possui essa capacidade mesmo, a de nos salvar a todos. graças!" E PARA BETINA)
SAI DO MEU CORAÇÃO
ESSA ALEGRIA IMENSA.
EU NÃO SEI SE O POEMA
CONSEGUE ASSIM DIZER
TUDO QUE ESTOU SENTINDO.
ESSE INSTANTE DE AMOR
SAI DO MEU CORAÇÃO.
PARECE UM SONHO ATÉ
VER O VERSO VIBRANDO.
COMO SE FOSSE MÁGICA,
COMO SE FOSSE SONHO,
ESQUEÇO A VIDA ENTÃO.
DEPOIS EM NADA PENSO.
NADA QUERO DEPOIS.
Postado por QUEFAÇOCOMOQUENÃOFAÇO às 14:37 0 comentários
Marcadores: ADRIANO NUNES, POESIA
Em minha deriva não há dispersão
O que há de incerto no que digo
É que esse dizer é antes reunião
De outras falas que vivem comigo
observador,
a primeira revolução espiritual que vivi veio graças ao guardador de rebanhos. nunca mais eu olhei o redor com os mesmos olhos vendados.
manter a palavra de alberto caeiro viva é permitir que outras revoluções aconteçam,
nada permanece estagnado diante de Pessoa.
suas postagens são contribuições que ajudam a criar os novos admiradores e reapaixonar os de sempre.
por falar em apaixonar, a delicadeza na construção do verso e a pureza com que Adriano Nunes exalta a vida, o amor e os "acontecimentos" são cativantes! ainda por cima me deu a oportunidade de dividir um poema lindo, inteirinho com o paulinho! fiquei nas nuvens!
obrigada Adriano,
um beijo poeta!
um beijo para o paulinho, porque não pode existir parceiro melhor para repartir um poema,
um Grande, Grande abraço para você, Antônio Cícero, que nos permite ficar, nos deixa a vontade e nos une em torno do pensamento, que é a única porta garantida para a felicidade!
Onde foi que se meteu
Meu beijo
Onde foi que se meteu
Meu desejo
Horas passam e o sino murmura
A canção
Bate no compasso exato das horas
Contadas
Na madrugada, calada
Entre o voo da asa dourada
E o zumbido que atordoa
È só por ti que eu me vejo
No espelho que você me deu.
este poema é mais um dos que consigo imaginar antonio cicero lendo e o sorriso brotando na sua face, feliz feliz feliz da vida, repleto de contentamento. por tudo: pela elegância do português, por sua musicalidade, por sua disposição na página, pela mensagem que carrega ("há muito do divino no real"!) e por ser mais um grande achado do grande grande grande mestre fernando pessoa.
caetano possui uma das frases mais generosas e lindas que se poderia construir sobre a importância de se t(l)er o poeta dentro de si: "gosto do pessoa na pessoa".
eu também gosto, adoro (rs)!
beijo, lindeza!
Postar um comentário