23.1.14

T.S. Eliot: "IV. Death by water" / "Morte por água": trad. Ivan Junqueira




IV. Morte por água

Flebas, o Fenício, morto há quinze dias,
Esqueceu o grito das gaivotas e o marulho das vagas
E os lucros e os prejuízos.
                                           Uma corrente submarina
Roeu-lhe os ossos em surdina. Enquanto subia e descia
Ele evocava as cenas de sua maturidade e juventude
Até que ao torvelinho sucumbiu.
                                                      Gentio ou judeu
Ó tu que o leme giras e avistas onde o vento se origina,
Considera a Flebas, que foi um dia alto e belo como tu


ELIOT, T.S. "A terra desolada" In:_____. Poesia. Trad. de Ivan Junqueira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1981.



IV. Death By Water

Phlebas the Phoenician, a fortnight dead,
Forgot the cry of gulls, and the deep sea swell
And the profit and loss.
                                       A current under sea
Picked his bones in whispers. As he rose and fell
He passed the stages of his age and youth
Entering the whirlpool.
                                      Gentile or Jew
O you who turn the wheel and look to windward,
Consider Phlebas, who was once handsome and tall as you.



ELIOT, T.S. "The waste land". In:_____. The complete poems and plays. New York: Harcourt, Brace & World, Inc., 1971.

Um comentário:

Ricardo Carranza disse...

A intervenção de Pound, que sentimos falta em Quatro Quartetos, extrapolou, talvez, ao considerar o encaixe, se esta é a palavra, de parte de um poema escrito em outro tempo na composição extemporânea de Eliot. Penso que assim criou, sem pensar no assunto, uma aura de pastiche difusa, mas persistente, no memorável, e nem sempre legível, Terra Devastada.