8.1.14

Salgado Maranhão: "Templo"





Templo

Eu persigo a labareda
insurgente
                   que entretece
os dias sem rascunho.

Eu que me junto
                            aos retalhos  
e encontrado sigo
a perder-me; eu que antevi
a cara do mito
                         e cerzi o cristal
dos sonhadores.

Vem lava incendida
que poliniza as mulheres;
vem chuva secreta!

Meu templo é o das florações
imaginárias: o design orgástico
nas palavras
                     e o preço escrito nas vísceras.  



MARANHÃO, Salgado. O mapa da tribo. Rio de Janeiro: 7 Letras, 2013.


Um comentário:

ADRIANO NUNES disse...

Cicero,

belo poema! Grato por compartilhá-lo.


Abraço forte,
Adriano Nunes