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Que é a poesia
A cidade medieval, com frisa
De escoteiros de Nagoya? A neve
Que veio quando queríamos que nevasse?
Belas imagens? Tentar evitar
Ideias, feito neste poema? Mas
Voltamos a elas como a uma esposa, largando
A amante que desejamos? Agora
Terão que acreditar
Como acreditamos. Na escola
O pente fino tirou todo pensamento:
O que sobrou era feito uma planície.
Feche os olhos, para senti-la por milhas em torno.
Abra-os agora num caminho estreito e vertical.
Ela talvez nos dê – o que? – algumas flores em breve?
What Poetry Is
The medieval town, with frieze
Of boy scouts from Nagoya? The snow
That came when we wanted it to snow?
Beautiful images? Trying to avoid
Ideas, as in this poem? But we
Go back to them as to a wife, leaving
The mistress we desire? Now they
Will have to believe it
As we believed it. In school
All the thought got combed out:
What was left was like a field.
Shut your eyes, and you can feel it for miles around.
Now open them on a thin vertical path.
It might give us--what?--some flowers soon?
De: ASHBERY, John. "Houseboat days". In: Selected poems. New York: Penguin, 1986.
18.6.09
John Ashbery: "What is poetry" / "Que é a poesia": tradução de Antonio Cicero e Waly Salomão
Labels:
John Ashbery,
Poema,
Waly Salomão
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8 comentários:
Cicero,
Lindo poema! Brilhante transcriação! Parabéns!
Abraço forte!
Adriano Nunes.
Cicero,
Influenciado pela sua linda transcriação e pelo poema de Ashbery, fiz esse poema para você!
(P E R)V E R S O S - PARA ANTONIO CICERO
P á g i n a a
P á g i n a
V ô o s
V e n d o o s
V e r s o s
V i v o s
P a s s o o s
P a s m o
P á s s a r o s
V í b o r a s
V i n g o o s
P r a n t o s
P o n t o a
P o n t o
V í r g u l a a
V í r g u l a
Beijo imenso!
Adriano Nunes.
Adriano,
gostei muito. Muito obrigado!
Abraço
dio mio, isto não é um blog... é um milagre das palavras!
Querido Cicero,
belíssimo poema de Ashbery. Fico imaginando a festa que foi traduzir ao lado de Waly - ótima surpresa.
Beijo grande ;)
Antônio,
complicada essa relação entre poeta e poesia,não? Segue aí um poema.
CONTRATO DE RISCO (Victor Colonna)
Fica assim definido
No referido contrato:
O poeta é inepto
O poema impacto
O poema é perfeito
O poeta prefácio
O poema é sujeito
O poeta objeto
O poeta abstrato
E o poema concreto
E revogam-se todas as disposições em contrário.
lindo poema, cicero! sobretudo o final, quando ashbery, por você e por waly 'psicografado', 'transcriado', declara:
" (...) Na escola
O pente fino tirou todo pensamento:
O que sobrou era feito uma planície.
Feche os olhos, para senti-la por milhas em torno.
Abra-os agora num caminho estreito e vertical.
Ela talvez nos dê – o que? – algumas flores em breve?"
um primor! que imagem linda!: da planície que restou, fechar os olhos, senti-la, e, ao abri-los, procurar um caminho vertical e estreito, o que dá uma dimensão grande de profundidade, de olhar que vai no fundo, para, daí, quem sabe, algumas flores à espera.
bom demais!
beijo, riqueza!
Não conhecia o poema. Cícero, como é importante o trabalho de vocês! Eu, que adoro ler, que adoro escrever, que aquiro livros constantemente... eu não conhecia o poema, como desconheço diversos poetas e artistas do mundo inteiro.
vocês possibilitam a condução do leitor
ao universo do escritor estrangeiro
sem exageros e sem ausências
um abraço
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