3.1.09

Miguel de Unamuno: "Leer, leer, leer"

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Leer, leer, leer


Leer, leer, leer, vivir la vida
que otros soñaron.

Leer, leer, leer, el alma olvida
las cosas que pasaron.

Se quedan las que quedan, las ficciones,
las flores de la pluma,

las olas, las humanas creaciones,
el poso de la espuma.

Leer, leer, leer; ¿seré lectura
mañana también yo?

¿Seré mi creador, mi criatura,
seré lo que pasó?



De: UNAMUNO, Miguel de. Antología poética. México: Porrua, 1958.

10 comentários:

ADRIANO NUNES disse...

Amado cicero,

Seria possível traduzir/transcriar este poema? Ficaria grato!

Abraço forte!
Adriano Nunes.

Antonio Cicero disse...

Não tenho tempo para transcriá-lo. Eis uma tradução literal, sem nenhuma pretensão, apenas para ajudar a ler o original:

Ler, ler, ler, viver a vida
que outros sonharam

Ler, ler, ler, a alma esquece
as coisas que passaram.

Ficam as que ficam, as ficções,
As flores da pluma,

As ondas, as humanas criações,
O pouso da espuma.

Ler, ler, ler, serei leitura
Amanhã também eu?

Serei meu criador, minha criatura,
Serei o que passou?

ADRIANO NUNES disse...

CICERO,

OBRIGADO! COMO NÃO SEI ESPANHOL, FICAVA DIFÍCIL ENTENDER! VALEU MESMO!


ABRAÇOS!
ADRIANO NUNES.

BAR DO BARDO disse...

A leitura é sempre "co". Laborar a dois, leitor e autor; ou a três, somando-se o livro, a parte material e óbvia; ou a quatro, contando-se a obra em si, o construto que vai brotando da abstração e se basta em outras abstrações; talvez a cinco, porque há também toda a tradição cultural que os olhos tentam permear; talvez ainda pudéssemos somar muitos outros elementos, num processo de sinergia orgíaca da leitura. Ai, que poema gostoso!...

Antonio Cicero disse...

Que bom, Dilan! Fico contente.

Abraço

ADRIANO NUNES disse...

Amado Cicero,

Boa madrugada!


"GIRASSOL" (Para a minha amada mãe)


É como se Deus houvesse
Arrancado do céu o sol


(Nunca serão apenas pétalas
Em nossos jardins poéticos)


E, de repente, cravado
Seus raios, num mastro verde,


Para deleite da Terra.
Para mim, mais que metáfora.



Abraço forte!
Adriano Nunes.

Lau Siqueira disse...

"¿Seré mi creador, mi criatura,
seré lo que pasó?"

Esta dúvida é fundamental! Abraço, mano!

Buda Verde disse...

fabuloso.

Aetano disse...

Leer, leer, leer; ¿seré lectura
mañana también yo?


Comovente, instigante. Ademais, é reconfortante reconhecer-se num poema.
Agradeço, Cicero. Hoje ou amanhã, VC será sempre uma bela leitura.

Aetano

Antonio Cicero disse...

Lau, que bom ler você por aqui!
Grande abraço