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L'avenir
Soulevons la paille
regardons la neige
écrivons des lettres
attendons des ordres
Fumons la pipe
en songeant à l'amour
les gabions sont là
regardons la rose
La fontaine n'a pas tari
pas plus que l'or de la paille ne s'est terni
regardons l'abeille
et ne songeons pas à l'avenir
Regardons nos mains
qui sont la neige
la rose et l'abeille
ainsi que l'avenir
O futuro
Levantar a palha
contemplar a neve
escrever as cartas
aguardar as ordens
Fumar o cachimbo
sonhar com o amor
eis aí os cestões
contemplar a rosa
A fonte não secou
e o ouro da palha não desbotou
olhar a abelha
e nem pensar no futuro
Olhar nossas mãos
que são a neve
a rosa e a abelha
além do futuro
De: APOLINAIRE, Guillaume. "L'avenir". In: Calligrammes. Paris: Gallimard, 1925.
30.9.08
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2 comentários:
Mesmo que a estrela guia
Minta
E a ordem seja, admita,
A dançarina
Parece uma menina
Pula
Em pleno equilíbrio
A música
Na qual ela se orienta
Ora tarda
Ora aumenta
Esfinge
Bela para mim e não para outros
Que fazem de si ouvidos moucos.
O que é isso, Cícero? Não tinha visto ainda. Maravilhoso.
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