The storm
Miles off, a storm breaks. It ripples to our room.
You look up to the light so it catches one side
Of your face, your tight mouth, your startled eyes
You turn to me, and when I call you come
Over and kneel beside me, wanting me to take
Your head between my hands as if it were
A delicate bowl that the storm might break
You want me to get between you and the brute thunder.
Settling on your flesh, my great hands stir,
Pulse on you, and then wondering how to do it, grip.
The storm rolls through me as your mouth opens.
A tempestade
Ao longe, rompe um temporal. Rola para o nosso quarto.
Olhas para a luz de modo a apanhar-te um lado
Da cara, da boca apertada, do olhar sobressaltado.
Viras-te para mim e quando chamo tu vens
Cá e ajoelhas-te ao meu lado, para eu tomar
A tua cabeça entre as mãos como se fora tal
Uma taça delicada que a tormenta pudesse quebrar.
Queres que me ponha entre ti e o trovão brutal.
Ao pousar na tua carne estas mãos grandes tremem,
Latejam em ti e depois, inseguramente, cingem.
O temporal invade-me enquanto a tua boca abre.
HAMILTON, Ian. Cinquenta poemas. Edição bilingue. Tradução de Nuno Vidal. Lisboa: Cotovia, 1995.
3.6.12
Ian Hamilton: "The storm" / "A tempestade": trad. Nuno Vidal
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Poema
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Vitrais
Não, não tenho medo
Desse desejo
Desse teu jeito
Mais
Enquanto a chuva cai
E em versos faz
Pela areia
Uma sereia
Meu medo se desfaz
Em coloridos vitrais;
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