22.8.09

Juan Antonio González Iglesias: "Acepto que belleza" / "Aceito que a beleza"




Acepto que belleza

Acepto que belleza es la fulguración
natural de las cosas naturales.
Me digo que tus dientes mostrados en sonrisa
son eso. Que tus ojos me dan tanta dulzura
porque cumplen remotas instrucciones genéticas.
Que tu cuerpo de hombre con mi cuerpo de hombre
construyen un lugar necesario en el mundo.
Que nada extraordinario hay en dos que se aman.
Pero, cuando te abrazo una noche tras otra
y me encuentro tu pulso a oscuras en cualquiera
de los puntos que laten en tu cuerpo dormido,
cruza por mi cerebro la palabra milagro.


Aceito que a beleza

Aceito que a beleza é a fulguração
natural das coisas naturais.
Digo-me que teus dentes, revelados no sorriso
são isso. Que teus olhos me dão tanta doçura
porque cumprem remotas instruções genéticas.
Que teu corpo de homem com meu corpo de homem
constroem um lugar necessário no mundo.
Que nada extraordinário há em dois que se amem.
Mas quando te abraço uma noite após a outra,
e encontro teu pulso às escuras em qualquer
dos pontos que latem no teu corpo adormecido,
cruza por meu cérebro a palavra milagre.



GONZÁLEZ IGLESIAS, Juan Antonio. Un ángulo me basta. Madrid: Visor Libros, 2002.

5 comentários:

BAR DO BARDO disse...

Lindo...

ADRIANO NUNES disse...

Cicero,


Muito lindo! Uma diáfana mensagem de amor... mais que poema, mais que alegria! valeu!


Abraço forte!
Adriano Nunes.

Alcione disse...

Mão

Vai o pássaro a procurar-te
Linda mão
Vem me dedilhar
Elevar-me ao patamar
Do teu divino olhar
Ah, que essa mão
Feito a flor em botão
Abre-se a todos os poros
Exibindo aos poucos
Seu colorido maravilhoso
Pétalas
Suavidade
beleza
Entrego meu coração
Na palma da tua mão.

ADRIANO NUNES disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
paulinho disse...

cicero, cicero, cicero,

puta merda, que poema LINNNNDO!

nossa mãe, cheguei a arrepiar (rs)!

sempre um presente à minha espera, que bom!

beijo, doçura!