Relógio
As coisas são
As coisas vêm
As coisas vão
As coisas
Vão e vêm
Não em vão
As horas
Vão e vêm
Não em vão
18.10.07
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BLOG DE ANTONIO CICERO: poesia, arte, filosofia, crítica, literatura, política
7 comentários:
sim,
as coisas vêm e as coisas vão, as coisas vão e as coisas vêm; não em vão.
(as coisas têm: peso, massa, volume, tamanho, tempo, forma, cor, posição, textura, duração, densidade, cheiro, valor, consistência, profundidade, contorno, temperatura, função, aparência, preço, destino, idade, sentido.
as coisas não têm: paz.)
o poema "relógio" me pareceu um lindo "exercício lúdico", como escreveu drummond a respeito de algumas das suas poesias. a utilização de palavras com sonoridade e letras consemelhantes sugere o tal exercício, um brincar poético.
beijoca, criatura linda com saberes que me interessam!
Muito do concretismo está aí, só que com mais ritmo, uma vez que os modernistas, ao abolirem a rima e as cesuras obrigatórias, a métrica e tudo o mais, tiveram que manter o ritmo como sustentáculo do poema. Porrêta, Cícero. A idéia pendular do relógio, uma espécie de onomatopéia imagética...está tudo aí.
Belíssimo poema. Agrada-me aqueles que conseguem ser assim curtos e com poucas palavras em cada verso, sonoros e ainda dizerem tanto.
ritmo espacial e icônico.
é legal compará-lo com o "com som / sem som" do augusto, p. ex.
abração
as coisas não existem.
O primeiro verso é "As coisas são"
olhar o tempo passar mais os ponteiros vem é vão assim vai passando tudo que vemos sentimos é fazemos,só que vai mudando quando vem os ponteiros é dar outro sentido ao que já se fez a fazer dinovo só que melhor fique da outra vez.por isso não é em vão eles ir é voltar.😍
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