Hoje estou postando o outro poema inédito publicado pelo Carlito Azevedo no "Prosa e Verso". Quando o enviei ao Carlito, o título desse poema era "Capricciosa". Lendo-o no jornal, descobri que seu verdadeiro nome é "La Capricciosa".
La Capricciosa
É claro que estou exposto
eu como todos os outros
animais às intempéries
que cedo ou tarde nos ferem;
mas aqui a noite, seda,
suavemente me enleia:
espelhos olhares vinhos
uvas cachos rosas risos
e ali, do lado de lá
das lâminas de cristal
tão tranqüila e cintilante
quanto o céu, sonha a cidade.
Desperta-me um celular:
a morte também tem arte.
.
7 comentários:
lindo!
Esse poema é de tirar o fôlego! É lindo, lindo, lindo, lindo. Perfeito. Um objeto perfeito. Uma coisa bela. Um acontecimento. "A thing of beauty is a joy for ever", disse Keats.
Realmente, é muito difícil escrever qualquer comment pra poesia. Pra esse poema, ainda bem mais. Pelo menos, eu digo aí sua impressão mais geral em mim.
Obrigado, Meigle e Nobile José.
Abraços
Cicero,
O seu soneto é perfeito: as redondilhas maiores, as sílabas tônicas escolhidas, as aliterações... os sentidos! tudo belo demais! Tão perfeito quanto a morte! e o desfecho é uma dádiva à parte! Bravo!
Ganhei o dia!
Cyber ser
É só uma página em branco
E uma vida, e outra
É só alguns planos
Que vem e que vão
Sopramos as bolhas de sabão
Cyber ser a acontecer
No universo tão amplo
Para além do riso e do pranto
Riso aturdido num canto
Muito obrigado, Adriano! Fico feliz com sua avaliação.
Abraço grande
Cicero,
Um poema novo:
"sem medo"
olhou para os lados...
ninguém observava nada.
flertou-me
flechou-me
feriu-me
ferida
fundada
sob funda
arquitetura infinita
do amor.
falou-me
lábio
lábia
lance
maior ou melhor... não sei.
falo?
calo-me.
sei sim aproveitar bem
o instante
sangrante
do tempo:
segundo
seguinte
dos muitos
segredos.
e disse-lhe, sem metáforas
ou medos:
eu amo
você.
viver? mágica quimera!
Abração,
Adriano Nunes.
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