Morri pela beleza – e assim que no Jazigo
Meu Corpo foi fechado,
Um outro Morto foi depositado
Num Túmulo contíguo –
“Por que morreu?” murmurou sua voz.
“Pela Beleza” – retruquei –
“Pois eu – pela Verdade – É o mesmo. Nós
Somos Irmãos. É uma só lei” –
E assim Parentes pela Noite, sábios –
Conversamos a Sós –
Até que o Musgo encobriu nossos lábios –
E – nomes – logo após –
I died for Beauty — but was scarce
Adjusted in the Tomb
When One who died for Truth, was lain
In an adjoining room —
He questioned softly "Why I failed"?
"For Beauty", I replied —
"And I — for Truth — Themself are One —
We Brethren, are", He said —
And so, as Kinsmen, met a Night —
We talked between the Rooms —
Until the Moss had reached our lips —
And covered up — our names —
DICKINSON, Emily. Não sou ninguém. Poemas. traduções de CAMPOS, Augusto de. Unicamp: 2009.
6.6.10
Emily Dickinson: "I died for Beauty" / "Morri pela beleza: tradução de Augusto de Campos
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Poema
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8 comentários:
Este poema é simplesmente avassalador. E esta tradução, perfeita. abçs.
Como siamesas, beleza e verdade não sobrevivem uma sem a outra.
Linda postagem!
OS PECADOS DA LÍNGUA
tiago 3;5
"un silence profond régne dans cette histoire"
alfred de musset
a língua é fogo, forno,
mas não se gaba de grandes coisas.
a língua é fogo, forno
e silêncio coagulado.
não quer ser leme nem cabresto,
sexo de arcanjo, relógio ou alicate.
antes, entoca-se
no recesso da boca
e dá cria
e lateja e se obseda
e não diz.
ou diz:
a língua é uma única
palavra
(Deus, inseto?),
congestionada de insônia
e pontas de cigarro, entortada
em milhões de maneiras.
a língua é espessa
como minhas mãos.
uma gata siamesa
me ensinou
como não disse:
a poesia é feita de palavras,
mas (pele e estranheza,
calografia)
se aproxima mais do silêncio
que da fala.
Maravilha, Cícero!
Todo o AXÉ da Bahia pra vc e pra quem pinta, aqui!
AVANTE, SEMPRE!
Emily, aquela mocinha adoravel e melancolica que vivia trancada no quarto, adoro seus poemas !
nunca li uma traduçao tao fiel ao original !
verdade que Augusto de Campos traduziu tbm magistralmente aquele Keats que foi publicado aqui outro dia;
obrigada seu Antonio Cicero ! seu blog é uma brisa fresca...
LINDÍÍÍÍÍÍÍSSIMO poema!!
tá vendo o que dá juntar dois lápis de arrasar (rs)?
emily dickinson & augusto de campos juntos é gol na certa!!
morrer pela beleza é morrer pela verdade. de fato, é a mesma lei. a lei do amor. a lei da vontade genuína.
e que transcriação a do augusto!!, puta que pariu (rs)... que maravilha, arquitetura perfeita, IMPECÁVEL (na forma & no conteúdo)!! para mim augusto é um dos maiores, senão o maior, e eu, sinceramente, o acho o maior & melhor, transcriador que temos hoje.
um beijO!!
lindo de morrer.
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