Sans Dieu tout est néant; et Dieu? Néant suprême.
[Sem Deus tudo é nada; e Deus? Nada supremo.]
De: "Le cirque de la solitude", in: Syllogismes de l'amertume. Paris: Gallimard, 1980, p.79
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BLOG DE ANTONIO CICERO: poesia, arte, filosofia, crítica, literatura, política
5 comentários:
porra, que sentença!
sensacional! é a noção da tamanha desimportância que é a nossa condição humana, da tamanha desimportância que é a existência neste mundo, que muitos de nós teimam em desaceitar.
me pego pensando: que besteira, né? e qual é o problema da desimportância?
já escreveu o grande grande grande manoel de barros, em um dos seus lindos poemas:
"O que presta não tem confirmação/ o que não presta, tem./ Não serei mais um pobre diabo que sofre de nobrezas."
pois eu também.
"as violetas me imensam", meu caro e querido.
um grande beijo nocê e um cafuné nalma.
tudo bonito!
Pia
O silêncio
Na casa vazia
Arrepia
Nada é imortal
Nem mesmo o nada
Existe Deus?
No silêncio espectral
Onde nem a coruja pia.
Prezado A. Cicero,
Seus textos, aqui no blog, sempre iluminam outras falas que já repousavam na escuridão do meu esquecimento. Lembrei-me de um trecho do Breviário de Decomposição, do Cioran (em tradução de José Thomaz Brum), onde o niilismo, o pessimismo e o ateismo explícitos são no fundo afirmação da vida.
Transcrevo o excerto, em homenagem à sua "decência intelectual":
"Existe maior renúncia do que a fé? É verdade que sem ela nos embrenhamos em uma infinidade de becos sem saída. Mas mesmo sabendo que nada pode levar a nada, que o universo é apenas um subproduto de nossa tristeza, por que sacrificaríamos este prazer de tropeçar e esmagar a cabeça contra a terra e o céu?
As soluções que nos propõe nossa covardia ancestral são as piores deserções ao nosso dever de decência intelectual. Equivocar-se, viver e morrer enganados,isto é o que fazem os homens. Mas existe uma dignidade que nos preserva de desaparecer em Deus e que transforma todos os nossos instantes em orações que não faremos jamais."
Grato,
Mariano
Texto maravilhoso, Mariano. Obrigado.
Mas é um equívoco grave, no caso de quem pensa assim, considerar Cioran um ateu, no sentido do senso-comum a que estamos acstumados hoje em dia. Trata-se de um espírito não apenas místico, como também religioso, muito embora sui generis.
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