A coisa mutante
O tempo
é coisa mutante
e o seu emissário
o Vento
lembra sempre
a todo instante
que este “sempre”
é inconstante
e o que é, já foi
ou seria
e o que vai ser
se anuncia
num passado ancestral,
que não garante alforria
do presente ou do futuro
fruto de vez ou maduro
mas ai de quem imagina
que O domina
e na ilusão,
perde o tempo da existência
por não entender a valia
do tempo
do dia a dia.
SILVA, Abel. "A coisa mutante". In_____ O caderno vermelho das manhãs. Rio de Janeiro: 7 Letras, 2001.
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