Tornou-me o por-do-sol um nobre entre os rapazes
Queima sândalo e incenso o poente amarelo
perfumando a vereda, encantando o caminho.
Anda a tristeza ao longe a tocar violoncelo.
A saudade no ocaso é uma rosa de espinho.
Tudo é doce e esplendente e mais triste e mais belo
e tem ares de sonho e cercou-se de arminho.
Encanto! E eis que já sou o dono de um castelo
de coral com porões de pedra e cor de vinho.
Entre os tanques dos reis, o meu tanque é profundo.
Entre os ases da flora, os meus lírios lilases
Meus pavões cor de rosa os únicos do mundo.
E assim sou castelão e a vida fez-se oásis
pelo simples poder, ó por-do-sol fecundo,
pelo simples poder das sugestões que trazes.
COSTA, Sosígenes. "Tornou-se o por-do-sol um nobre entre os rapazes". In:_____. Obra poética. São Paulo: Cultrix; (Brasília): 1978.
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