Agradeço ao poeta Adriano Nunes por ter dedicado a mim o seguinte, belo poema:
Cantar é preciso
para Antonio Cicero
Cantar é preciso,
Ainda que seja
O vazio, o nada,
A tristeza, a perda,
O que quer que até
Alcance a cabeça.
Cantar e cantar,
Mesmo que depois
O existir se perca
Na eterna estranheza
Da cantiga, para
Que o agoral exerça
A sua potência
De luz, porque já
Pouquíssimo importa
Senão cantar. Canta!
Canta a lida quântica,
A que vinga, íntima.
Cantar é preciso,
Ainda que seja
O vácuo, o não-ser,
O pesar à espreita,
O que quer que até
Confunda a cabeça.
Um comentário:
Elixir
Ah, eu quero uma cabana
Que por sobre essa lama
E, debaixo dessa lua,
Eu possa te observar
e o mar
Reflexo impossível de refletir
Tal luz, a que conduz,
Senão a ti, que malgrado,
Eu caminhe no asfalto
Na rua de porcelana
No espelho de Magritte
Nas terras de Maiorca
Volto a ti
Inebriado de tal elixir.
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