Tu sabes que sei, senhor meu, que tu sabes
que venho para fruir-te mais de perto
e sabes que sei que tu bem sabes quem sou:
por que tanto retardas nosso abraço?
Se verdadeira é a esperança que me dás
se verdadeiro é o desejo que me entregas
que se rompa o muro entre nós levantado
pois dupla força tem o grito sufocado.
Se amo mais em ti, senhor meu caro,
o que tudo mais amas, não te zangues
pois o espírito do outro se enamora.
O que no teu belo rosto desejo e aprendo
mal foi entendido por outros homens
quem quiser saber convém antes morrer.
Tu sa' ch'i' so, signor mie, che tu sai
Tu sa’ ch’i’ so, signor mie, che tu sai
ch’i vengo per goderti più da presso,
e sai ch’i’ so che tu sa’ ch’i’ son desso:
a che più indugio a salutarci omai?
Se vera è la speranza che mi dai,
se vero è ’l gran desio che m’è concesso,
rompasi il mur fra l’uno e l’altra messo,
ché doppia forza hann’i celati guai.
S’i’ amo sol di te, signor mie caro,
quel che di te più ami, non ti sdegni,
ché l’un dell’altro spirto s’innamora.
Quel che nel tuo bel volto bramo e ’mparo,
e mal compres’ è dagli umani ingegni,
chi ’l vuol saper convien che prima mora.
BUONARROTI, Michelangelo. "Tu sa' ch'i' so, signor mie, che tu sai" / "Tu sabes que sei, senhor meu, que tu sabes". In:_____. Poemas. Org. por Andrea Lombardi; traduzido por Nilson Moulin. Rio de Janeiro: Imago, 1994.
Um comentário:
Para guardar. Obrigado!
Postar um comentário