7.5.15

Constantinos Caváfis: "Jônica": trad: José Paulo Paes





Jônica

Embora quebrássemos as estátuas,
embora os baníssemos de seus templos,
os deuses absolutamente não morreram.
Oh terra da Jônia, eles te amam ainda,
as suas almas te recordam ainda.
Quando, por sobre ti, alvorece a manhã de agosto,
o frêmito da vida deles te anima a atmosfera
e por vezes uma sombra etérea de efebo,
indistinta, a passo rápido,
percorre o cimo das tuas colinas.


CAVÁFIS, Constantinos. "Jônica". In: PAES, José Paulo (org.). Poesia moderna da Grécia.Rio de Janeiro, Ed. Guanabara, 1986.

2 comentários:

Andrea Almeida Campos disse...

Isso me lembra João Guimarães Rosa em Grande Sertão: Veredas: "Deus existe mesmo quando não há".

E não há como não lembrar, também, de Nietzsche: "Deus está morto". O que Nietzsche esqueceu de acrescentar é que ele ainda respira...

ADRIANO NUNES disse...

Cicero,


belíssimo! Amo Caváfis! Só por curiosidade, ele escreveu 154 poemas. O mesmo número de sonetos de William Shakespeare!


Abraço forte,
Adriano Nunes