4.1.10
Adília Lopes: "45 anos"
45 anos
É tempo
de regressar
a casa
A poesia
não está
na rua
LOPES, Adília. Le vitrail la nuit: a árvore cortada. Lisboa: Edição & etc., 2006.
Labels:
Adília Lopes,
Poema
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BLOG DE ANTONIO CICERO: poesia, arte, filosofia, crítica, literatura, política
14 comentários:
A poesia está
no tempo
de cada um.
Grande Abraço!
que se perverta, então, essa oikonomía.
Oh, meu lar adorado
Onde estás?
Embarco atrás da flor, do mar,
Do seu desabrochar
Será que não lembro
ou não aprendo
Estou pronto para o tempo
Que inaugura a vida futura
Desenhando traços, compassos
Passos no vento
Esboços dos teus braços
Delineados da forma mais pura.
Quando o censor,
fala das mangas,
quando o poeta,
vil, e o corte.
Eu aos 50, cheguei exatamente à conclusão contrária. A poesia que vem da rua é sempre muito mais rica que a que vem de mim...
Abçs.
Cicero,
Acho excelente quando um poema faz isso... quer ser só poema e não uma sentença! Eis a grandeza do ser-poema. Em nenhum momento, o poeta diz que a sua poesia está em nenhum lugar... Que imagens!
Grato por compartilhar!
Grande abraço,
Adriano Nunes.
Aproveito e deixo um poema recente:
"Astúcia"
A mentira, diga-se
De passagem, é
Na verdade, fé
Na felicidade.
Em jogo está tudo:
Todo coração
E as coisas que são
De ficção. Tal medo
É realidade
Ou não. Mas talvez
Pura insensatez
D'alma. Acaso se
Fosse mesmo nada
Verdade ou mentira,
(Quem fere que fira!)
A vida era vida.
Adriano Nunes.
legal
Lembrando-me da frase de Sophia de Mello Breyner Andersen, "A poesia está na rua" no cartaz da pintora Maria Helena Vieira da Silva que comemorava o 25 de Abril de 1974, entendo bem o poema de Adília Lopes.
E parafraseando Alexandre O'Neill, também digo que pelas ruas deste país se passeia uma prosa cada vez mais cabisbaixa.
Caro Cícero,
O comentário do Domingos revela uma outra poesia no poema.
JR.
Onde está minha casa, se não na poesia.
Tem razão, João Renato. A lembrança da frase da Sophia e a observação final do Domingos trazem à baila outras dimensões do poema.
Abraços
linda constatação!
adorei saber da referência citada por domingos da mota.
o poema me lembrou uma coisa escrita por manuel bandeira; a poesia, assim como a beleza, não está na rua, não está no entorno.
e esse título, 45 anos, torna tudo muito imponente, tudo muito sábio.
adorei!!
beijo, lindão!!
É preciso lembrar Murilo: "A poesia sopra onde quer."
Só agora, defasado que sou, vou explorando o seu blog Cicero. Há blogs e blogs. O seu, é poesia, razão, sentimento e discussão (no mais belo sentido do termo) em grau estupendo. É preciso dialogar. Em silêncio, não raro, vira-se ilha e "ilhas perdem o homem. " (Ah, Drummond!)
Abraços
Arsenio Meira Júnior
Mais uma vez, muito obrigado, Arsenio. Fico feliz de você estar lendo e gostando do meu blog.
Abraço
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