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Carpe Diem
Que faço deste dia, que me adora?
Pegá-lo pela cauda, antes da hora
Vermelha de furtar-se ao meu festim?
Ou colocá-lo em música, em palavra,
Ou gravá-lo na pedra, que o sol lavra?
Força é guardá-lo em mim, que um dia assim
Tremenda noite deixa se ela ao leito
Da noite precedente o leva, feito
Escravo dessa fêmea a quem fugira
Por mim, por minha voz e minha lira.
(Mas já de sombras vejo que se cobre
Tão surdo ao sonho de ficar — tão nobre.
Já nele a luz da lua — a morte — mora,
De traição foi feito: vai-se embora.)
De: FAUSTINO, Mário. "Esparsos e inéditos". In: Poesia de Mário Faustino. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1966.
1.2.09
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13 comentários:
Nessas curvas onde eu ouço
Essas notas que eu descrevo
Nessas curvas onde eu vejo
Essas cordas meu desejo
Na escuridão, para além,
Do desengano
No silêncio é que eu largo
Minha boneca de pano
De longe, a cicatriz,
Dos tempos guardados
Pela força do fogo
Fissura
Largura tecida
Para além, noutro plano.
antônio cícero:
cheguei aqui pelo moacy cirne,o homem
do balaio.a sua entrevista ao adriano
eu conhecia da página dele,adriano.
um abraço.
romério
Mesmo com pena perpétua, o tempo nos foge...
Mário Faustino é um dos meus poetas preferidos, obrigada pelo poema dele hoje aqui. Aprendi muito também lendo as críticas literárias de Faustino, originalmente publicadas no "Jornal do Brasil", republicadas em livro pela Civilização Brasileira.Abraço.
Caro Antonio Cicero,
Só agora notei o ícone "Blog Selecionado - Vej@blogs". Não sei a quanto tempo está lá, mas deixo meus parabéns. Não há dúvida de que é um dos melhores blogs do Brasil.
Também gostei muito da entrevista abaixo.
Parabéns por todo seu sucesso.
um abraço,
lucas
Querido Cicero,
Um dia só será que já vicia? Que bom encontrar um poema de Mário Faustino aqui.
Um beijo, meu querido poeta.
Cicero, em qual categoria esse blog foi - merecidamente - selecionado? Pergunto pq procurei a categoria "poesia" e não encontrei.
Grato!
Aetano,
Também não sei. Foi alguém que assina "Dário Dutra" que, em comentário ao poema do Vallejo, comunicou-me o prêmio. De fato, meu blog consta da listagem que se encontra na página http://www.vejablog.com.br/blog. Por isso, pus na Acontecimentos o selo que lá se encontra. Entretanto, como até agora não consegui apurar nada sobre esse site -- nem quem são os responsáveis por ela e nem mesmo se realmente pretence à Revista Veja -- resolvi retirar o selo, pelo menos até que tenha mais informações.
Abraço
O crepúsculo que nos guarda? ou será que nós o guardamos? Entre a nobreza surda do sonho que deseja fixar e a luz certa que desaparece, o dia passa e nós passamos...Abraços!
cícero, estou sempre por aqui, mas nunca havia postado nenhum comentário até ser impelido a fazê-lo por esse poema.
quando o li pela primeira vez(há mais de vinte anos), lembro-me de ter ficado chapado com a sua musicalidade fluida, apesar de sua sintaxe enviezada.Algum tempo depois escrevi um carpe diem pensando num contraponto a esse. Tomo a liberdade de postá-lo aqui:
cuida o outro,
esse bem desconhecido,
toma intimidades de manuseio,
gasta na manutenção desse gosto
todo o tempo do dia, do ócio,
edifica o teu afeto
corporificado em teu mais próximo.
abraço
Cicero,
Belíssimo!
Aquele abração!!!!!
Adriano Nunes.
Cicero,
O meu mais recente e "alagoano" poema.
"PERDIDO"
Agarrado por teus olhos,
Por teus beijos, rendido.
Governado por teu umbigo,
Assim vivo, mas não posso.
Quase morto, satisfeito
Quase náufrago, perdido.
E por culpa de Cupido,
Tudo dói demais no peito.
Depois do sonho, mais nada
Suporta o meu coração.
Só restam estas palavras
Tão dispersas, quase em vão.
Em mim, as tuas mancadas
Sempre permanecerão.
Abraço forte!
Adriano Nunes.
Olá, Antônio:
Cheguei até seu blog "googando" sobre a relação entre o site "vej@" e a revista Veja (pq tb ganhei o "selo").
A pesquisa resultou em nada, a não ser na grata surpresa de conhecer sua "sala literária".
Valeu!
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