Publico o seguinte poema do Joan Brossa no original catalão e, logo em seguida, em tradução castelhana.
EL TEMPS
Aquest vers és el present.
El vers que heu llegit ja és el passat
—ja ha quedat enrera després de la lectura—.
La resta del poema és el futur,
que existeix fora de la vostra
percepció.
Els mots
són aquí, tant si els llegiu
com no. I cap poder terrestre
no ho pot modificar.
EL TIEMPO
Este verso es el presente.
El verso que habéis leído ya es el pasado,
ya ha quedado atrás después de la lectura.
El resto del poema es el futuro,
que existe fuera de vuestra
percepción.
Las palabras
están aquí, tanto si las leéis
como si no. Y ningún poder terrestre
puede modificarlo.
De: BROSSA, Joan. Poemes de Joan Brossa (antologia). Trad. de A.S. Robayna y M. Mur. Madrid: Ediciones Libertarias, 1983, p.34a-34b.
8.12.07
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5 comentários:
O tempo é tema recorrente entre poetas de todas as línguas. Sua passagem, bem como a indiferença das coisas (as palavras estarão ali, lidas ou não) frente a nossa existência, etc. O incrível da poesia é que ela é como um conhecimento inconsciente, que não narra, não exibe premissas para chegar a conclusões mirabolantes: apenas apresenta a coisa, em forma bruta e, ao mesmo tempo, sofisticada. Talvez por isso os comentários aos poemas sejam em menor quantidade que aos textos de natureza filosófica e/ou política.
Sensation
Pas les beaux soirs d’été, j’irai dans les sentiers
Picoté par les blés, fouler l’herbe menue:
Rêveur, j’en sentirai la fraîcheur à mes pieds:
Je laisserai le vent baigner ma tête nue.
Je ne parlerai pas, je ne penserai rien…
Mais un amour immense entrera dans mon âme,
Et, j’irai loin, bien loin; comme un bohémien
Par la Nature, — heureux comme avec une femme!
(1870)
oooo0000oooo
Nas belas tardes de verão, pelas estradas irei,
Roçando os trigais, pisando a relva miúda:
Sonhador, a meus pés seu frescor sentirei:
E o vento banhando-me a cabeça desnuda.
Nada falarei, não pensarei em nada:
Mas um amor imenso me irá envolver,
E irei longe, bem longe, a alma despreocupada,
Pela Natureza — feliz como com uma mulher.
Arthur Rimbaud - 1870
Concordo com você, Leo. O poema não afirma coisas com as quais a gente possa concordar ou das quais possa discordar. Ele é a coisa mesma.
Abraço,
ACicero
O tempo é coisa de fora e dentro.
Sem asas, nem sei como vim ousar aqui.
Bom saber que você tem um sítio de plantar palavras em terras virtuais.
De sua lavra trago sempre na orbita do pensamento "No dia em que fui mais feliz / eu vi um avião / se espelhar no seu olhar / até sumir".
"Ciceramente", é dos trens que mais me comovem esse seu avião espelhador de felicidade.
~^^ ~Abraço~^^ ~ ~ ~ das montanhas.
não sei o que é um poema. nunca soube
(nem sei se devo).
só sei senti-lo.
e é assim que versos como estes já me bastam
(embora nada seja suficiente).
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