Canção
Tu eras neve.
Branca neve acariciada.
Lágrima e jasmim
no limiar da madrugada.
Tu eras água.
Água do mar se te beijava.
Alta torre, alma, navio,
adeus que não começa nem acaba.
Eras o fruto
nos meus dedos a tremer.
Podíamos cantar
ou voar, podíamos morrer.
Mas do nome
que maio decorou,
nem a cor
nem o gosto me ficou.
ANDRADE, Eugénio de. "Canção". In:_____ Até amanhã. Porto: Limiar, 1990.
3 comentários:
Canção
Oh, triste melodia
cuja estima
vale mais que todos os dias
Abandonai o supérfulo,
o inútil
Sê todo alívio
sem consolação
Que a semente tem seu próprio tempo
e a alma seu próprio alento.
Lindíssimo poema!
lindo, lindo!
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