Sem precisar de uma palavra
e, além, os fenícios, as fendas
da fala, a ferrugem intacta
do que se foi, do que seria
se existisse mesmo a alegria
de, através de desenhos, signos,
símbolos, letras e caracteres
diversos, entregar-te os sonhos
todos, de uma só vez, pra sempre,
e, pra sempre, ficar-me à tez
da existência, por muito ama-te.
Mas são só sombras e silêncios
de grafite todo o mistério
de haver amor, de amar o amor,
sem precisar de uma palavra.
NUNES, Adriano. "Sem precisar de uma palavra". In:_____. Laringes de grafite. Porto Alegre: Vidráguas, 2012.
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