Ó castelo, ó sazões
Ó castelo, ó sazões
Que alma é sem senões?
Ó castelo, ó sazões,
Eu fiz o mágico estudo
Da ventura, que diz tudo.
Dai-lhe vivas toda vez
Cante seu galo gaulês.
Meu anseio é coisa ida,
Ele ocupou minha vida.
Esse Encanto! o corpo e a alma
Tomou-me, trazendo a calma.
Minha canção, o que entoa?
Por ele ela foge e voa!
[Se a desventura me aperta,
A desgraça será certa.
Que seu des prezo, ai de mim!
Me leve ao mais breve fim!
– Ó Castelo, ó Sazões!]
Ô saisons, ô châteaux
Ô saisons, ô châteaux,
Quelle âme est sans défauts ?
Ô saisons, ô châteaux,
J'ai fait la magique étude
Du Bonheur, que nul n'élude.
Ô vive lui, chaque fois
Que chante son coq gaulois.
Mais ! je n'aurai plus d'envie,
Il s'est chargé de ma vie.
Ce Charme ! il prit âme et corps,
Et dispersa tous efforts.
Que comprendre à ma parole ?
Il fait qu'elle fuie et vole !
Ô saisons, ô châteaux !
[ Et, si le malheur m'entraîne,
Sa disgrâce m'est certaine.
Il faut que son dédain, las !
Me livre au plus prompt trépas !
- Ô Saisons, ô Châteaux !]
RIMBAUD, Arthur. "Ô saisons, ô châteaux"/ "Ó castelo, ó sazões". In:_____. Poesia completa. Edição bilingue. Trad. de Ivo Barroso. Rio de Janeiro: Topbooks, 1995.
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