O INFINITO
Volto sempre a esta encosta solitária
e gosto até da sebe que me encobre
em boa parte o extremo do horizonte.
Porém, sentado e olhando, eu infindáveis
espaços muito além e sobre-humanos
silêncios e as quietudes mais profundas
formo ao pensar, a ponto de que o peito
por pouco não se alarma. E ouvindo folhas
farfalharem ao vento, esta voz logo
comparo com aqueles infinitos
silêncios, e me assoma a eternidade
e as eras que passaram e esta nossa,
viva e ruidosa. Então meu pensamento
se afoga nessa imensidade toda:
e é doce naufragar num mar assim.
L'INFINITO
Sempre caro mi fu quest’ermo colle,
e questa siepe, che da tanta parte
dell’ultimo orizzonte il guardo esclude.
Ma sedendo e mirando, interminati
spazi di là da quella, e sovrumani
silenzi, e profondissima quïete
io nel pensier mi fingo, ove per poco
il cor non si spaura. E come il vento
odo stormir tra queste piante, io quello
infinito silenzio a questa voce
vo comparando: e mi sovvien l’eterno,
e le morte stagioni, e la presente
e viva, e il suon di lei. Così tra questa
immensità s’annega il pensier mio:
e il naufragar m’è dolce in questo mare.
LEOPARDI, Giacomo. "L'Infinito". In:_____. "Canti". In:_____. Opere di Giacomo Leopardi. Org. por Giovanni Getto. Milano: Ugo Mursia, 1975.
Nenhum comentário:
Postar um comentário