Não vem, não passa
Não passa.
Tão morna,
dissolve
na boca
fica o travo,
fiapo no
dente
onde a
língua solta pega,
mas não
liberta.
Como é
mesmo o nome?
Da rua, do
amigo, da mulher?
Que
acidente me trouxe aqui
ao fim da
idade que passa?
E o nome
mesmo?
Perdido na
dor lombar
na calçada
estreita,
no suor que
empapa a camisa.
O nome,
qual é?
Ali
sentados, estou a vê-los,
anchos da
vida.
Qual é
mesmo?
Não
adianta.
Não vem,
não passa.
ALMINO, José. "Não vem, não passa".
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