1.7.12

Titos Patrikios: "Versos que gritam"





Versos que gritam


Versos que gritam
versos que se levantam como supostas baionetas
versos que ameaçam a ordem estabelecida
e através de seus poucos pés
fazem ou derrocam a revolução,
inúteis, falsos, arrogantes,
porque hoje nenhum verso derroca regimes
nenhum verso mobiliza as massas.
(Que massas? Entre nós agora
quem pensa nas massas?
Quando muito um alívio individual, se não uma promoção.)
Por isso já não escrevo
para oferecer fuzis de papel
armas feitas de palavras charlatonas e vazias.
Que levante só um extremo da verdade
que lance um pouco de luz em nossa falsificada vida.
Enquanto possa, e enquanto agüente.

 
 
 
PATRIKIOS, Titos. "Versos que gritam". trad. Antonio Cicero, a partir da tradução castelhana de Francisco Torres Córdoba. In: Arquitrave. Revista Colombiana de Poesia. Edición No.52, Abril-Junio de 3012. URL: http://www.arquitrave.com/

2 comentários:

ADRIANO NUNES disse...

Um poema para você, meu amigo:


"saudade" - Para Antonio Cicero

outro sonho
outra soma

outro sumo
outro susto

outro átimo
outra alma

outro arco
outro ânimo

outro uivo
outra urbe

outro uso
outro útero

outro dado
outra data

outro dom
outro dígito

outro ângulo
outra ânsia

outro árbitro
outro ai

outro dolo
outra dor

outro dístico
outro drama

outro êxtase
outra ética

outro eixo
outro eu


Abraço forte,
Adriano Nunes

Antonio Cicero disse...

Obrigado, Adriano. É bonito seu poema.

Abraço grande