24.3.12
Ivan Santos: "Ministra na marca do pênalti"
A seguinte nota foi publicada no dia 24 de março, na coluna de Ivan Santos, no Correio de Uberlândia:
Ministra na marca do pênalti
Ana de Hollanda, ministra da Cultura do Brasil, está na marca do pênalti para ser chutada. Parece até um corpo estranho no centro do poder político em Brasília. Para certa mídia interessada, é ela incompetente. Por que carga tão pesada contra a ministra? Primeiro, ela não é filiada ao PT nem a nenhum partido da Base. Será por isto que há tantas forças ocultas interessadas na demissão dela? Quem tiver conhecimento para ler hieróglifos e souber interpretar parábolas, pode entender por que tantas cabeças coroadas estão preocupadas com a ministra da Cultura. Recentemente, um terço da influente Comissão de Cultura do Senado, composta por 27 senadores, aprovou um convite à ministra para ouvi-la sobre temas de “máximo interesse social”. Antes, é bom saber que há no Congresso mais de 200 parlamentares donos de emissoras de rádio ou de televisão. Donos diretamente, donos por meio de parentes ou de laranjas. As emissoras dos políticos devem ao ECAD – entidade que arrecada direitos autorais – mais de R$ 1 bilhão. Devem, não pagam e não dão explicação. O ECAD nunca teve coragem de cobrar as dívidas dos “senhores da República”. Agora, com apoio da ministra da Cultura, o ECAD passou a cobrar os direitos autorais e ameaça levar as emissoras dos poderosos à Justiça. Então a ministra é incompetente! Deu pra entender por que alguns intelectuais a serviço de donos de emissoras pedem a cabeça de Ana de Hollanda?
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4 comentários:
Cícero,
Da Ministra, só sabia que é irmã do Chico.
Estranhei ler ultimamente na imprensa que ela era a bola da vez, sobretudo num Ministério com tantos membros mais assíduos em escândalos de corrupção.
Também não tenho dúvida de que - se 200 parlamentares são donos de empresas de rádio que se negam a pagar direitos autorais -, apoiar o ECAD é arrumar encrenca brava.
Mas achei descabido que no artigo o autor ofenda os signatários do manifesto de forma pesada.
O manifesto foi assinado por Marilena Chauí, Eduardo Viveiros de Castro, Suely Rolnik, Gabriel Cohn, Manuela Carneiro da Cunha e Moacir dos Anjos.
Conheço alguns por leitura, outros pela postura, e fui aluno de um, e tenho certeza de que eles não são "intelectuais a serviço de donos de emissoras".
JR.
Caro João Renato,
Concordo com você, no sentido de que a última sentença dessa nota é descabida. Mas quero crer que ela foi apenas mal redigida. Penso que a intenção do autor é dizer que, OBJETIVAMENTE, um manifesto que, neste momento, pede a cabeça da Ana de Hollanda acaba sendo útil em primeiro lugar aos donos das emissoras que, não querendo reconhecer a sua dívida ao ECAD, querem, com o apoio ingênuo de ideologias internetistas, acabar com os direitos autorais.
Cicero:
Segue um link do London Review of Books sobre a relação da intelectualidade com os políticos na Rússia de hoje. Tudo muito perecido com o que ocorre por aqui. Divirta-se:
http://www.lrb.co.uk/v33/n20/peter-pomerantsev/putins-rasputin
Teu blog é ótimo, parabéns!
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