7.11.10

Waly Salomão: "Câmara de ecos"

Câmara de ecos

Cresci sob um teto sossegado,
meu sonho era um pequenino sonho meu.
Na ciência dos cuidados fui treinado.

Agora, entre meu ser e o ser alheio
a linha de fronteira se rompeu.



SALOMÃO, Waly. Algaravias: cãmara de ecos. Rio de Janeiro: Rocco, 2007.

8 comentários:

Amélia disse...

O que este poema me faz lembrar Pessoa! e outro, o9 amigo dele, o Mário de Sá Carneiro:«Eu não sou eu nem sou o outro/sou qualquer coisa de intermédio/pilar da ponte de tédio/que vai de mim para o outro.»

Unknown disse...

este poema é belo!

ele foi gravado no cd do Rappa. Como é interessante ver isso, um poeta junto a um grupo de música.

um abraço.

ADRIANO NUNES disse...

Cicero,

Maravilhoso poema de Waly! Salve!


Abraços,
A. Nunes.

arquivosvinis disse...

Waly Salomão / Sailormoon
Waly Poeta / Letrista
Dos melhores
Saudades!

Marcelo Diniz disse...

Querido Cicero,

bela entrevista. Segue um soneto ainda na linha da onda espinozista...

Desejas durar: tudo te sustenta,
não passas de uma mosca para o mundo,
e, da mosca, és o próvido e fecundo
alimento em que tudo se alimenta;

temes a morte: o mar em ti arrebenta
o sal fatal de seus fósseis profundos,
o mar em ti arrebenta os iracundos
murros contra o deserto que te enfrenta;

temes a morte:toda a imensidão
do espaço sentencia que não passas
desta mosca assustada pela mão;

desejas durar: pairas entre a ameaça
e o estupor de saberes ser um grão
de areia a mais no mundo que te abraça.

Abraços,
Marcelo Diniz

ADRIANO NUNES disse...

Cicero,


Um poema novo:

"mínima luz"


enquanto penso
o verso, aguento
esse momento
de branco imenso.

a rima rege
a forma. elege
o ritmo, a métrica.
(que imagem pétrea!)

à margem, teço
outro começo,
à vez me entrego:

mal amanheço
e vingo cego.
que quer meu ego?



Abraço fraterno,
Adriano Nunes.

Flávia Muniz Cirilo disse...

isso é tão humano!

bjo

Anônimo disse...

oi