8.7.10

Gastão Cruz: "No céu negro"





No céu negro


Não é usando o adjetivo escuro
ou obscuro
que o poema se escurece.

ele possui a sua escuridão
uma noite que
o esconde e molha no céu negro



CRUZ, Gastão. Escarpas. Lisboa: Assírio e Alvim, 2010.

7 comentários:

Anônimo disse...

Cicero,

Lindo! Gosto muito de Gastão Cruz!

Um pequeno poema:

"Fuga I"

Outra venda
Ou inventar
Outra vida?

Outro tempo
Ou seguir
Nesta trilha?


Abraço,
Mateus.

Mariana disse...

Que poema mais lindo! Aquilo que não se consegue dizer, de repente alguém encontra um jeito, quer dizer, um poema. Essa escuridão é a luta com a linguagem, travada na poesia...

Antonio Cicero disse...

Caro Taiguara,

infelizmente não é possível, num artigo de jornal, tratar de tudo o que se relaciona com o assunto escolhido. No espaço de que disponho, é difícil até dizer uma única coisa minimamente clara e precisa sobre um só pensador ou tema filosófico. Faço o que posso.

Walter Benjamin e Ernst Bloch certamente mereceriam bem mais do que um artigo. Seria errado e pedante confiná-los a um parágrafo ou uma frase do artigo sobre Terry Eagleton. De todo modo, tenho falado desses novos teólogos marxistas, e não de Benjamin ou Bloch, porque eles são nossos contemporâneos, têm muito mais em comum entre si do que com Benjamin ou Bloch, e se encontram em evidência até na imprensa quotidiana. Eagleton, por exemplo, acaba de aceitar o convite para participar da FLIP deste ano.

Jefferson Bessa disse...

a escuridão
da realidade
do poema
que "se escurece".
(substância dos versos)
tão belo!
Abraços.
Jefferson.

Ana Cristina Penov disse...

Gostei. Aprecio muito Gastão Cruz.Obrigada.

Jonathan disse...

Adorei!!!!

Antonio Cicero disse...

Caro anônimo,

se você nunca ouviu falar de Latour, leia o que digo sobre ele, em http://antoniocicero.blogspot.com/search/label/Bruno%20Latour.

Abraço