18.7.10

Antonio Cicero: "Rapaz"




Hesitante entre o mar ou a mulher
a natureza o fez rapaz bonito,
rapaz:
pronto para amar e zarpar.

Também ao poeta apraz
o ser rápido e rapace.



CICERO, Antonio. Guardar. Rio de Janeiro: Record, 1996.

14 comentários:

Eleonora Marino Duarte disse...

poeta,

eu o tenho aqui, no meu exemplar de "Guardar", mas nunca tive a oportunidade de lhe dizer o quanto admiro a forma que deu ao poema, curto em linhas (retas!), infinito nas imagens que sugere.

sua poesia é grande!

um beijo.

Antonio Cicero disse...

Muito obrigado, Betina. Fico feliz com sua apreciação.

Beijo

Anônimo disse...

Antônio Cícero, só posso dizer que tua poesia me toca profundamente. Realmente fala ao coração. Parabéns pelo seu talento!

Letícia disse...

Cicero,

já li e reli "Guardar" muitas vezes, mas só agora tenho o MEU exemplar, que guardo com muito carinho.

São poemas que me acompanham sempre.

Beijos!

ADRIANO NUNES disse...

Cicero,

Esse seu poema é belíssimo por motivos além! A construção, a técnica, os jogos com as palavras... A palavra RAPAZ parece pulsar, ZARPAR, invadindo todo o poema... E as aliterações derivadas, os sons, os sentidos... Tudo brilhando!


Abraço forte,
Adriano Nunes.
Adriano Nunes

Antonio Cicero disse...

Obrigado, Nira, Letícia e Adriano.

Beijos

c* disse...

ah eu nao vou chegar aqui e continuar nos elogios que o senhor deve estar enjoado...mas seu antonio cicero, eu lhe agradeço tanto pelo frissonzinho gostoso que me subiu na espinha, ja no titulo ! dura pouco esse poema, mas nem precisa reler pq as palavras ficam ecoando...
enquanto sorrio
e morro de calor !

:-))

Catatau disse...

Como diria o Paulo Leminski, essa poesia "deu o baque" ;)

rodrigo madeira disse...

ou, na era do crack, deu o tuim!
mt bom mesmo.

rodrigo madeira disse...

temos uma musa - ou muso - em trânsito, infiel ao olhar do poeta. e temos o poema.

lembra da pedra de atiradeira?
o poema é seco, abrupto, rápido. uma pedrada da beleza na beleza. uma pedrada da delicadeza, que acerta a pele com susto e asas. (a nossa, não necessariamente a do "ser rápido e rapace" que disparou o poema.)
poesia de atiradeira: lançada "contra" um muso em movimento.
talvez erre o alvo. mas acerta em cheio na gente.

Nobile José disse...

vejo ecos de "maresia" nesse poema...

rodrigo madeira disse...

dá pra fazer uma quadrinha
daquela algaravia prolixa que eu escrevi acima...


PEDRADA (OU POESIA DE ATIRADEIRA)

p/ a. cicero

que voe como a pedra
seca, lunar e rápida
mas nos acerte a pele
com uma carícia de asa

c* disse...

imagino esse "rapaz" cantado por caetano ! é a cara dele...

eu ficaria encantada

Antonio Cicero disse...

Ficou super bonito, Rodrigo. Obrigado pela dedicatória.

Abraço