.
455. (O filósofo não é cidadão de uma comunidade de pensamento. É isso que faz dele um filósofo.)
455. (Der Philosoph ist nicht Bürger einer Denkgemeinde. Das ist, was ihn zum Philosophen macht.)
De: WITTGENSTEIN, Ludwig. Zettel. ANSCOMBE, G.E.M. e WRIGHT, G.H. von (orgs.). Berkeley: University of California Press, 1967.
11.12.08
Assinar:
Postar comentários (Atom)
6 comentários:
AMADO MESTRE,
Indubitavelmente, um filósofo não pode conviver em harmonia com o pensamento. Não pode fazer do pensamento seu nicho, seu habitat, sem dele sequer desconfiar, sem dele duvidar - será que esta casa é segura? será que o vendaval não a derruba? E mesmo que a sua morada - há filósofos sem morada! - mostre-se plenamente adequada à sua estada, não seria vital para o filósofo ser o santo rebelde desta comunidade, onde tudo pode estar organizado segundo os padrões que a comunidade tem como certos e adequados, para que o seu pensamento, aquele que passou a desconfiar de si mesmo, tenha luz e ilumine o mundo? E assim, lance a essa comunidade formada, determinante, supostamente inabalável, seu ácido corrosivo? O filósofo possivelmente é o estrangeiro de passagem.
"O sábio se basta a si mesmo" - Baltasar Gracián
GRANDE ABRAÇO!
ADRIANO NUNES.
Olá Antonio,
tem um livro de poesia, que vc deve conhecer, mas que nunca ouvi vc citar, nem o livro, nem o autor; não sei se existe alguma rixa pessoal contra o autor e sua obra, uma vez que esse autor é o poeta Bruno Tolentino (e como todos sabem não era lá de fácil trato). mas esse livro, que muito me impressionou e impressiona, chamado "a imitação do amanhecer", livro esse que acho de uma grandiosidade que gostaria de vê-la compartilhada, principalmente de um poeta como você a respeito de uma obra como essa, que em muitos sentidos flerta, de algum modo, com os temas que parecem ser os mais caros também de sua poesia.
um abraço!
Prezado Cícero,
Acredito mesmo que toda e qualquer espécie de arrebanhamento é excluir o que Cioran chamou espírito, excluir a liberdade (talvez pouca) que nos é possível.No sentido de preservar essa liberdade,o texto de Cioran que você postou merece ser mantido sempre à vista.Obrigado!
Porque toda verdade é inocente...
Porque toda verdade é inocente
Estou morto como tudo que insiste
No tanto que direi e no que disse
Ao falhar com o que veio à mente
Porque se errar é coisa decente
Estou morto onde sou certeza
Incerta vive a delicadeza
Diante das coisas, silente
De haver flores que nenhum
Amor jamais honrou,
Solenes de serem assim
Tão diferentes do que sou
Morto ao dizer de mim
Que esta vida não bastou
Abraço.
Marcone,
Não tenho rixa nenhuma com o Bruno. Cheguei a conhecê-lo, embora superficialmente, mas foram encontros cordiais.
É verdade que jamais concordei com as posições políticas ou estéticas dele, que sempre achei reacionárias: contudo, as opiniões políticas ou estéticas de um poeta jamais me impediram de apreciar a sua poesia, caso a considerasse boa. É que realmente não vejo graça na poesia do Bruno. Ele é um versejador competente, porém me parece que falta voltagem nos poemas dele. Tudo me soa meio ralo. Demorei a lhe responder porque resolvi dar mais uma olhada no “Imitação do amanhecer”. Li os primeiros dez poemas. Se não me engano, são de fato melhores do que os poemas dos outros livros, mas não me convenceram totalmente. Pareceram-me pedantes, mas fracos e excessivamente “literários”, no sentido ruim do termo, quase século XIX. Claro, posso estar errado: é uma questão de gosto. Mas é o que sinto/penso.
Abraço
CICERO,
TAMBÉM CONCORDO COM O QUE VOCÊ DISSE SOBRE AS POESIAS DO B. TOLENTINO, SEM CONTAR QUE FIQUEI DESAPONTADO COM AS CRÍTICAS (INSULTOS) QUE ELE FEZ CONTRA AUGUSTO DE CAMPOS EM 1994 AS QUAIS MOTIVARAM ATÉ UMA RESPOSTA, NA FOLHA, EM DEFESA DE AUGUSTO, FEITA POR ARNALDO ANTUNES. À PARTE ISSO, A POESIA DELE (PARA MIM, GOSTO MEU) É CHATA E ENFADONHA!
ABRAÇO FORTE!
ADRIANO NUNES.
Adriano,
estou de viagem. quando chegar em casa vou ver se esqueci no Outlook do meu desktop.
Abraço
Postar um comentário