Agradeço ao professor
Edson Dognaldo Gil ter-me chamado atenção para o seguinte -- extraordinário -- poema de Alberto da Cunha Melo:
Schopenhauer
Para cada sonho uma lápide
sóbria como o próprio cortejo,
depois disso, treinar seu cão
para morder qualquer desejo;
rasgada a farda da alegria
que, na batalha, o distraía,
agora a dor, em tempo célere,
pode estender, com dignidade,
sua cólera à flor da pele,
para sarjar com sua lança
tantos tumores da esperança.
Do livro Meditação sob os Lajedos.
Natal/Recife: EDUFRN/Bagaço, 2002.
7.5.08
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5 comentários:
Alberto da Cunha Melo faz parte da tríade de poetas que perdemos no ano de 2007, juntamente com Gerardo Mello Mourão e Bruno Tolentino. Três dos maiores poetas que a língua portuguesa já teve.
Classificações à parte, este é de fato um poema e tanto!
Belíssima postagem , Cícero!
grande abraço
Nuno Rau
Caro Antônio Cícero, mais que o poema, que é realmente belíssimo, chamou-me a atenção o fato de vc não preservar a estrofação (4/2/3/2) da Retranca, essa forma cunhada por Alberto e que já possui muitos cultores no Brasil. Eu mesmo publiquei no cronópios diversos artigos (meus e de outros autores)sobre a poesia de Alberto, a Retranca e o octossílabo.
Caro Gustavo Felicíssimo,
Obrigado por me ter chamado a atenção para isso. Já corrigi.
Abraço
Bacana vc ter consertado a questão das estrofes. Sugiro-te algumas palavras sobre o ontológico poema de Alberto chamado "Casa Vazia". Conhece? Aproveitando que amanhã tem jogo do São Paulo...
SÃO PAULO F.C.
Gustavo Felicíssimo
Para Rogério Ceni
e Aleilton Fonseca
Sabe-se lá o que é torcer,
cantar, vibrar por este time,
esta nação de tricolores
cuja memória é sublime,
que no presente honra o passado
e no gramado é respeitado,
é destemido e vencedor,
tão imponente quanto o sol
e tão valente até na dor?
Sabe-se lá o que é torcer,
ser são-paulino até morrer?
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