Para findar
Que me resta dizer agora
que o desejo estrebucha
no corpo sem memória
que as palavras recolho
improferidas
para que o ouvido
não maculem
tornando ridículo
o que quisera belo?
Não olho no espelho de minhas mãos
que ao afago já não servem
Perdi as rédeas do sonho
e a beleza ora vejo
pela vidraça baça
de meus olhos sem lampejo
CAVALCANTI, Geraldo Holanda. "Para findar". In: Poesia reunida. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1998.
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