28.10.20

T.S. Eliot: "The hollow men" / "Os homens ocos": trad. por Caetano W. Galindo

 



Os homens ocos



I


Somos os homens ocos

Somos homens empalhados

Apoiados todos juntos

Com chapéus cheios de palha. Ah!

Nossas vozes secas, dado

Sussurrarmos juntos

São mudas, sem sentido,

Como vento em capim ressequido

Ou patas de ratos nos cacos de vidro

De nossa cave seca


Forma sem corpo, sombra sem cor

Paralítica força, gesto sem impulso;


Os que tenham ido

Olhando firme, ao reino outro da morte

Recordam-nos — se tanto — não como perdidos

De almas violentas, mas apenas

Como os homens ocos

Os empalhados.


 








The Hollow Men


I


We are the hollow men

We are the stuffed men

Leaning together

Headpiece filled with straw. Alas!

Our dried voices, when

We whisper together

Are quiet and meaningless

As wind in dry grass

Or rats' feet over broken glass

In our dry cellar


Shape without form, shade without colour,

Paralysed force, gesture without motion;


Those who have crossed

With direct eyes, to death's other Kingdom

Remember us -- if at all -- not as lost

Violent souls, but only

As the hollow men

The stuffed men.





ELIOT, T.S. "The hollow Men I" / "Os homens ocos I". In: _____. "The hollow men" / "Os homens ocos". In: GALINDO, Caetano W. (org. e trad.). T.S. Eliot. Poemas. São Paulo: Companhia das Letras, 2018.


2 comentários:

Anônimo disse...

Antonio, os cds nos quais voce declama seus poemas estao nas plataformas digitais? Um abraco, Thiago

Antonio Cicero disse...

Caro Thiago,

Não. Pelo menos que eu saiba, não.

Abraço