2.7.19

Antonio Cicero: "Buquê"





Buquê

                                        para Sérgio Luz

Ó Sérgio, Sérgio, somos ainda
crianças. Nossas almas são novas.
Não chegamos a adquirir antigas
ciências. Dizem que o que destroça
de tempos em tempos nossas crenças
são catástrofes, que nos impedem
de amadurecer. Mas quem se lembra
mesmo ou se importa se, ao que parece,
o que nasceu merece morrer?
Desprezar a morte, amar o doce,
o justo, o belo e o saber: esse é
o buquê. Ontem nasceu o mundo.
Amanhã talvez pereça. Hoje
viva o esquecimento e morra o luto.








CICERO, Antonio: "Buquê". In:_____. A cidade e os livros. Rio de Janeiro: Record, 2002.

7 comentários:

Anônimo disse...

Ah, Antonio
Eu sempre visito seu blogue nas últimas horas da noite, com uma bebida na mao. É um prazer está enebriado e ler as coisas que voce compartilha. É como um parada obrigatória a cada duas semanas.
Queria perguntar se voce gosta de Elizabeth Veiga, uma poeta que eu descobri recentemente (e quero ler mais).
Um abraco fraterno de Helsinque, em transito.

Rafael Martins disse...

Belo Poema! Da estirpe dos de Horácio!

Antonio Cicero disse...

Caro Anônimo,

confesso não conhecer a poeta Elizabeth Veiga. Vou procurar conhecê-la. Diga-me o nome de algum livro dela, por favor.

Antonio Cicero disse...

Obrigado, Rafael!

Anônimo disse...


Caro Antonio,

Livro dela eu só conheco (até agora) o "Sonata Para Pandemonio" (Ed. Aeroplano, 2002). Mas voce pode ler alguma poesia dela nos sítios que seguem:

http://www.antoniomiranda.com.br/Iberoamerica/brasil/elizabeth_veiga.html

http://revistamododeusar.blogspot.com/2009/09/elisabeth-veiga.html

Um abraco e bom final de semana

Antonio Cicero disse...

Obrigado, Anônimo! Vou procurar.

Anônimo disse...

My pleasure, Antonio
Abracos, Thiago