19.11.15

Olavo Bilac: "Nel mezzo del camin..."





Nel mezzo del camin...

Cheguei. Chegaste. Vinhas fatigada
E triste, e triste e fatigado eu vinha.
Tinhas a alma de sonhos povoada,
E alma de sonhos povoada eu tinha...

E paramos de súbito na estrada
Da vida: longos anos, presa à minha
A tua mão, a vista deslumbrada
Tive da luz que teu olhar continha.

Hoje segues de novo... Na partida
Nem o pranto os teus olhos umedece,
Nem te comove a dor da despedida.

E eu, solitário, volto a face, e tremo,
Vendo o teu vulto que desaparece
Na extrema curva do caminho extremo.




BILAC, Olavo. "Nel mezzo del camin...". In: BARBOSA, Frederico (org.). Cinco séculos de poesia. Antologia da poesia clássica brasileira. São Paulo: Landy, 2003.

Um comentário:

ADRIANO NUNES disse...

Cicero,



belíssimo!


Abraço forte,
Adriano Nunes