18.2.14

Luis Turiba: "Falecido"




Falecido

Pode ter medo
Até de barata
Menos de amor
Que é o grande barato
Do criador

Quando em mim
Morre um amor
Morro junto

Vou ao velório
Mando flores
Consolo a viúva
Faço missa de sétimo dia

Rei morto, rei posto
Vida que segue
Mesmo a contragosto

Se o falecido morreu
Antes ele, do que eu

Quando eu for
Quero ir como flor
Sorriso no peito
Leve perfume de dor



TURIBA, Luis. "Ofícios do amor" In:_____. Qtais. Rio de Janeiro: 7 Letras, 2013.

3 comentários:

léo disse...

Oi Cícero. Seu blog está lindo, cada vez com mais poesia. Um poeminha pra você não esquecer de mim (aquele amigo do Waly, do Lavra Engenho Palavra)

Tenho a cólera dos animais enfurecidos
O amor dos apaixonados e delirantes
A compaixão ardorosa dos santos
O olhar de um deus sobre a história humana
A dor dos homens quando pensam em si mesmos
E o entusiasmo de um menino que ignora a morte

Antonio Cicero disse...

Bonito poema, Léo!
Parabéns!
Abraço

ADRIANO NUNES disse...

Cicero,


gostei do poema. Grato por compartilhá-lo, pois não conhecia o autor.


Abraço,
Adriano Nunes