20.12.13

Adriano Nunes: "Desse amor embutido"




Desse amor embutido

O meu sorriso é símile ao sorriso
Do meu pai. Descobri
Isso nas ausências intempestivas
Dos abraços e afagos que não tive,
Das conversas sérias e importantíssimas
Que com ele  existir
Não puderam, quando, sozinho, via-me
Imerso em sombras, com medo de mim.
Mas são as frágeis  flores  do jardim
Que refletem a igualdade aludida
No mover facial. É a poesia
Desse amor embutido
Nas lembranças suaves, nos sentidos,
Nos assaltos de vida,
Ante a confirmação mais que precisa
De que muito preciso
Que ao sorriso do meu pai vingue símile
Meu súbito sorriso.



NUNES, Adirano. Disp. no blog Quefaçocomoquenãofaço, no URL http://astripasdoverso.blogspot.com.br/.

3 comentários:

ADRIANO NUNES disse...

Cicero, querido Cicero,


chego em casa agora e vejo isso. Que alegria! Muito obrigado! Paz e luz!


Abraço forte,
Adriano Nunes



Lucia disse...

Ler Adriano Nunes, é amanhecer, é vida, é poesia que emociona sempre.

Dalva M. Ferreira disse...

Pai e mãe, quando são bons, deviam ser mais eternos... Já que se vão, deixam rastros na nossa alma.