25.11.07

Adriano Espínola: Maramar

MARAMAR


Se tu queres amar,
procura logo o mar.

Ali enlaça o corpo
salgado noutro corpo.

No azul esquecimento
das águas, vai sedento

beber a luz da carne,
o gozo a pino e a tarde.

Tenta imitar a teia
das ondas e marés.

Dança na branca areia.
Outro será quem és.






De: ESPÍNOLA, Adriano. Praia provisória. Rio de Janeiro: Topbooks, 2006, p.16.

8 comentários:

Unknown disse...

há no amor um movimento

o calor de vários dias e momentos

quando brota a flor mais bela

cultivada nas delícias

dia e noite

em meio ao frio

aonde há neve

no deserto

embora no amor não haja

nunca

o deserto

Anônimo disse...

uau, que delícia!

vontade de correr pro mar agora (rs)!

aliás, amanhã eu não trabalho, tenho folga, e penso em ir à praia. hummm (rs)...

(ah, se eu fosse marinheiro...)

adorei, cicero!

beijim salgadim n´ocê!

Cláudio B. Carlos disse...

Opa!
Passando por aqui...

Abraços do *CC*

P.S: enviarei os livros, novamente.

Lucas Nicolato disse...

muito belo esse poema!

léo disse...

Cecília
haverão outras viagens
por dentro desta
(imensa)
que fazemos.

Unknown disse...

A beleza está no mundo.

A contra gosto, um dia, irei embora.



É uma senhora.

É um menino.

Uma menina.



Fio do destino.



Estrela que cintila

entre um olhar e outro,

entre a paixão e a entrega,

entre o sentido e o que se diz.



Amor:

segredo a céu aberto,

em quartos úmidos,

calor.

Hudson Pereira disse...

O amor se compara mesmo com o mar,tal às ondas, o amor vem e vai e dura apenas o tempo necessário para apagar marcas antigas,seja na areia,seja no coração.

Teresinha Oliveira disse...

Belo poema, não resta dúvida. Mas eu, cá do meu jeito, creio o mar ser traiçoeiro, à sabor das marés e das luas. Melhor amor terra, que finca pé e só racha em terremoto.