7.7.07

Omar Salomão: À deriva

Do belo livro À deriva, de Omar Salomão, o poema homônimo:


À DERIVA

Em pleno alto mar
Perco-me de vista

Velas hasteadas,
Mapa, bússola, astrolábio e radar
Aguardo por alísios ventos
Que me levem para longe
Que me ponham a navegar

Saio à caça de algo
Um arpão vara o céu
Em meio ao nevoeiro
Não encontro garrafas, barcos ou camaradas

Deitado na rede
Uma voz grave me sussurra histórias de Iemanjá

Miro o céu sem estrelas
E peço por alguém que me dê
um sopro de ar.

SALOMÃO, Omar. À deriva. Rio de Janeiro: Dantes, 2005, p.28.

3 comentários:

Anônimo disse...

Para Omar:

Nos intervalos encontro sentado Omar tímido no pátio da Gávea.
Conversa muda de poeta.
Menino bonito,
canta o mar.
Os vidros espelham a espuma de sal.

EDSON DA BAHIA disse...

OMAR, POXA, NÃO SABIA QUE OMAR ERA POETA!
QUE VC LEVE ADIANTE A FORÇA DA POESIA QUE É PECULIAR NA FAMÍLIA SALOMÃO.
Omar, à deriva também estou, mas com os olhos gulosos pela vida e pelo seu mistério que nos enche o barco.
Vivam vc e Cícero, perenes e luminosos!
Avante!

João Batista de Morais Neto disse...

Belo poema!