Sendo hoje aniversário do querido amigo Adriano Nunes, resolvi aqui postar um dos belíssimos poemas do seu e-book Escombros do Infinito, que foi lançado pela Amazon.
Nesses instantes dispersos
Madrugada. Outros versos
Vazam do báratro infindo
Do ser. Sonhos vão fluindo...
São vários, vivos, diversos!
Viver vem-nos diluindo
Nesses instantes dispersos
Em que nos vemos imersos
Na dor, na alegria... Indo,
À tez dos acasos, para
A plenitude mais clara
Do fenomênico mundo.
Madrugada. Quem repara
Que em mim tudo fere fundo
E sangra, neste segundo?
NUNES, Adriano. "Nesses instantes dispersos". In:_____. Escombros do Infinito. Amazon: e-book Kindle, 2020.
3 comentários:
Eu reparo. Parabéns ao poeta. Aí vai um de minha autoria:
AVE VAZIO!
Uma ave mais que branca: em branco. Nada.
Até o motivo de nomeá-la “ave”
Jaz apagado no seu voo suave.
Vazio aéreo, nulidade alada.
Já que seu voo não tem mais o entrave
De um norte em desnorteios da jornada,
Levam-na as mãos do vento, mãos de fada,
Mãos amputadas: sem tutor que as trave.
Vejo voar esse emplumado zero.
Vejo-o porque hoje me esvazio: austero,
Anulo tudo o que sou, tenho e quero.
Da solidão trancada de um casebre,
Contemplo-o até que a lucidez, com febre,
No meu cérebro enfim se descerebre.
Outro:
Sergipana
Domino a fera?
É moça braba.
Quem monta nela
Se fode: acaba.
Há primavera
E abracadabra
Nos olhos seus?
Quem sabe. Deus
Abra a macabra
Cancela nova
Dessa Mulher.
Não é pra mim,
Sou um chinfrim
Rapaz qualquer.
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