O quanto possas
Se não podes afeiçoar tua vida como queres,
deves ao menos tentar, o quanto
possas, isto: não a rebaixes
no excessivo comércio do mundo,
no excesso de palavras e de gestos.
Não a rebaixes levando-a para dar
passeios, exibindo-a o tempo todo
nas reuniões e comemorações
em que a tolice diária se compraz,
até fazeres dela uma estranha importuna.
CAVÁFIS, Constantinos. "O quanto possas". In: PAES, José Paulo (org e trad.). Poesia moderna da Grécia. Rio de Janeiro: Guanabara, 1986.
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