2.5.14

Eugenio Montale: "Epigramma" / "Epigrama": trad. Renato Xavier





Epigrama

Sbarbaro, menino inspirado, dobra multicores
papéis e extrai barquinhos que confia à lama
movediça de um regato; olha-os indo embora.
Sê precavido por ele, cavalheiro que passas:
com a tua bengala alcança a delicada flotilha,
que não se perca; e chegue a um portinho de pedras.




Epigramma

Sbarbaro, estroso fanciullo, piega versicolori
carte e ne trae navicelle che affida alla fanghiglia
mobile d’un rigagno; vedile andarsene fuori.
Sii preveggente per lui, tu galantuomo che passi:
col tuo bastone raggiungi la delicata flottiglia,
che non si perda; guidala a un porticello di sassi.




MONTALE, Eugenio. Ossos de sépia. Trad. de Renato Xavier. São Paulo: Companhia das Letras, 2002.

Um comentário:

ADRIANO NUNES disse...

Cicero,

Grato por compartilhar este belíssimo poema!


Abraço forte,
Adriano Nunes